O etíope de 57 anos era o único candidato à posição e foi confirmado hoje durante a 75.ª Assembleia, no culminar de um processo que começou em abril de 2021, quando foi nomeado pelos membros para assumir o cargo.
Ghebreyesus só poderá cumprir mais um mandato, que começa oficialmente no dia 16 de agosto.
Antes de dirigir a OMS, o médico Tedros Ghebreyesus foi ministro dos Negócios Estrangeiros e da Saúde da Etiópia entre 2005 e 2016, esteve à frente do fundo global de combate à Sida, Tuberculose e Malária.
Aplaudido de pé na sua reeleição, Tedros descreveu-se como "filho da guerra", aludindo aos conflitos das últimas décadas no seu país, referindo que depois da experiência traumática de ver o seu irmão mais novo morrer de uma doença quando era criança, "foi a sorte" que o trouxe até aqui.
Durante o seu primeiro mandato, a OMS enfrentou o desafio de lidar com a covid-19, mas com pontos de contenção, como a forma como aquela agência da ONU lidou com a questão das máscaras, cujo uso desaconselhou durante meses, ou como considerou que o SARS-CoV-2 não era um vírus capaz de mutações rápidas.
Cientistas designados pela OMS para investigar a origem do novo coronavírus emitiram no ano passado um relatório que o próprio Tedros Ghebreyesus reconheceu que excluía prematuramente a possibilidade de ter tido origem no laboratório de virologia de Wuhan, a cidade chinesa onde foi detetado pela primeira vez.
Tedros Ghebreyesus tem criticado frequentemente os países mais ricos por alegadamente açambarcarem o 'stock' limitado de vacinas contra a covid-19 e as farmacêuticas por não estarem a fazer tudo o que podem para fornecer vacinas aos países mais pobres.
Quando a invasão russa desencadeou a guerra na Ucrânia, Ghebreyesus criticou a comunidade internacional por não fazer o suficiente para resolver crises em outros lugares do mundo, como o Iémen, a Síria ou o Afeganistão, argumentando que não agiam porque os povos que sofrem com eles não são brancos.
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