"Eu proclamo que Ferdinand Bongbong Romualdez Marcos Júnior é o Presidente da República das Filipinas devidamente eleito", declarou o presidente da Câmara dos Deputados, Lord Allan Velasco, após a aprovação das duas casas do Congresso.
Filho do falecido ditador filipino de mesmo nome, Marcos Júnior, que tomará posse no próximo mês, venceu as eleições presidenciais de 09 de maio, com 58,8% dos votos, contra a vice-presidente Leni Robredo.
Marcos é o primeiro candidato presidencial a conquistar a maioria absoluta desde que o seu pai foi deposto em 1986, forçando a sua família ao exílio nos Estados Unidos.
A sua vitória confirmou a volta ao poder do clã Marcos, 36 anos depois da revolta popular que o expulsou.
O novo Presidente filipino pretende adotar as principais políticas de seu antecessor, Rodrigo Duterte, cuja filha, Sara Duterte, é a nova vice-presidente do país.
Durante o seu mandato (2016-2022), o Presidente Rodrigo Duterte tinha-se aproximado da China, em detrimento dos Estados Unidos, evitando enfrentar Pequim em disputas territoriais no Mar do Sul da China, além de uma política de tolerância zero às drogas, que resultou em muitas mortes, muito criticada pelas organizações dos direitos humanos.
O regime de Ferdinand Marcos, pai, provocou a morte de três mil pessoas em execuções extrajudiciais e mais de 35 mil cidadãos foram torturados. Durante a ditadura (1965-1986), Ferdinand Marcos desviou do Estado mais de 10 mil milhões de dólares.
Um dos primeiros atos públicos de Marcos Júnior após as eleições foi a visita ao túmulo do pai, sepultado no Cemitério dos Heróis de Manila, onde depositou flores. Recentemente, o novo Presidente promoveu uma campanha de desinformação e propaganda para tentar "branquear" o regime autoritário de seu pai.
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