"Vai ser possível capacitar militares dos vários países para participarem em operações de Paz das Nações Unidas. É uma decisão muito importante que concretiza aquilo que são as nossas vontades comuns de cooperação", afirmou à Lusa a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, após participar, hoje, na Praia, na XXI Reunião de Ministros da Defesa Nacional ou Equiparados da CPLP.
De acordo com a ministra, a criação desta célula de cooperação civil militar (CIMIC) da CPLP contará com o apoio na "capacitação e o treino" do IUM.
"São duas coisas. É, por um lado, a capacitação destes militares, o treino. Deverá ainda definir-se como é que isso vai ser feito, como é que os vários países vão participar neste esforço. Mas também a própria configuração jurídica, a constituição jurídica e regulamentar desta célula, que é uma célula que poderá depois integrar destacamentos de forças, não é uma força", explicou a ministra da Defesa Nacional de Portugal.
Segundo Helena Carreiras, os Estados-membros da CPLP terão ainda avançar com os processos jurídicos para a criação desta célula e depois com o treino militar.
"Portanto, é esse o esforço que vai prosseguir, no fundo, continuando o trabalho do grupo que preparou esta decisão e que terá de continuar a trabalhar. Ou seja, é um trabalho em curso ainda", disse ainda.
"Não foi definido ainda um calendário em particular, mas vamos trabalhar para este reforço de capacidade para poder vir de facto a constituir-se a célula e a ser projetada em futuras missões", acrescentou.
Nesta reunião, a governante anunciou ainda que Portugal vai acolher a terceira conferência dos Colégios de Defesa da CPLP, ainda este ano, em setembro, também com o apoio do Instituto Universitário Militar.
"Pude também a anunciar a realização da sétima Conferência das Marinhas da CPLP em Portugal, no segundo semestre deste ano, em data a anunciar", acrescentou.
Na sua intervenção, explicou a ministra em declarações à Lusa, convidou ainda os congéneres da CPLP "a participar mais ativamente no Centro do Atlântico".
"Um centro que é a iniciativa de Portugal que reúne já vinte países no sentido de promovermos o diálogo político, a capacitação e a capacidade de análise dos temas da segurança marítima, que é algo que nos preocupa a todos e que nos convoca a todos", concluiu.
Os ministros da Defesa da CPLP aprovaram nesta reunião a proposta de declaração para alinhamento da presidência da componente de Defesa com a presidência da comunidade.
"Fazer esse alinhamento para que a componente de defesa tenha a sua presidência igual àquela que é a presidência que acontece a nível da CPLP", explicou hoje a ministra de Estado e da Defesa Nacional cabo-verdiana, Janine Lélis, no final da reunião, cuja presidência rotativa é de Cabo Verde.
Segundo Janine Lélis, a proposta fará coincidir as duas realidades, com uma presidência que difere daquele que é a presidência da CPLP, atualmente a cargo de Angola, permitindo a racionalização de esforços e de recursos para melhorar organização ao nível dos Estados-membros.
"Isto é um ganho importante porque traz um alinhamento de coordenação e uma sintonia política essencial", explicou.
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