Antony Blinken, que falava durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês, Pekka Haavisto, destacou que os EUA não têm motivos para acreditar que as preocupações da Turquia não podem ser abordadas.
Estas declarações surgem depois de o principal diplomata da Turquia ter referido que a Finlândia e a Suécia teriam que tomar "medidas concretas" antes de Ancara poder apoiar a sua adesão à Aliança Atlântica.
"Os Estados Unidos apoiam totalmente a adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança e continuo confiante de que ambos, em breve, serão membros da NATO", frisou Blinken.
"Estamos ansiosos para poder chamar a Finlândia e a Suécia nossos aliados", acrescentou.
Já o ministro finlandês realçou que o seu país e a Suécia mantiveram "boas negociações" com os turcos, sobre as preocupações de Ancara, nos últimos dias.
Pekka Haavisto acrescentou que estas negociações continuarão com o objetivo de se alcançar uma solução antes da cimeira da NATO em Madrid, no final de junho.
"Concordamos em continuar com essas discussões. Achamos que esses problemas que a Turquia tem levantado podem ser resolvidos", sublinhou.
A Suécia e a Finlândia apresentaram formalmente os seus pedidos de adesão à Aliança Atlântica na semana passada.
A entrada dos países nórdicos significará uma das maiores ramificações geopolíticas da guerra da Rússia na Ucrânia e pode reescrever o mapa de segurança da Europa.
Historicamente não-alinhados, Suécia e Finlândia há vários anos que colaboravam com a NATO, mas a invasão russa da Ucrânia levou os governos dos dois países a repensarem o seu posicionamento face à Aliança Atlântica.
Ancara anunciou um veto aos pedidos de adesão à NATO, acusando os dois países nórdicos de abrigarem ou apoiarem militares curdos e outros que considera serem uma ameaça à sua segurança.
Em concreto, Ancara exige que Finlândia e Suécia deixem de acolher militantes curdos de organizações como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda da Turquia, e suas ramificações, que os turcos consideram terroristas.
Os 30 membros da Aliança Atlântica têm de estar de acordo para permitir novas entradas.
Também esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, explicou que as delegações negociais finlandesa e sueca receberam documentos detalhados com as preocupações da Turquia.
Mevlut Cavusoglu salientou ainda que Ancara aguarda respostas específicas.
O governante turco acrescentou que o seu país "entende as preocupações de segurança da Finlândia e da Suécia", mas referiu que "todos também precisam entender as preocupações de segurança legítimas da Turquia".
A Turquia listou esta semana cinco "garantias concretas" que está a exigir à Suécia, incluindo o que considera ser "o fim do apoio político ao terrorismo", a "eliminação da fonte de financiamento do terrorismo" e a "cessação do apoio de armas" ao PKK e uma milícia curda síria afiliada a estes.
Outra exigência de Ancara aos nórdicos prende-se com o levantamento do embargo de armas contra a Turquia e a cooperação global contra o terrorismo.
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