Kyiv pede ajuda à ONU para retirar tropas russas de centrais nucleares

O regulador nuclear ucraniano pediu na sexta-feira apoio da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), sob a tutela da ONU, para a retirada imediata das tropas russas das centrais nucleares do país.

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Lusa
28/05/2022 06:50 ‧ 28/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

Segundo as autoridades ucranianas, os "ataques constantes" com mísseis na Ucrânia por parte de tropas russas nas proximidades de algumas centrais nucleares ignoram os "possíveis riscos e consequências catastróficas".

"Um bombardeamento poderia levar a uma catástrofe planetária com consequências maiores do que os acidentes de Chernobyl e Fukushima juntos", disse o inspetor-chefe nuclear da Ucrânia, Oleg Korikov, em comunicado.

A Ucrânia registou casos de mísseis de cruzeiro que sobrevoaram a central nuclear desativada de Chernobyl, no sul da Ucrânia, em 16 de abril, a central de Khmelnitskii, em 25 de abril, e a central de Zaporijia, em 28 de abril.

O regulador ucraniano criticou a AIEA por não ter tomado uma posição "clara e eficaz" sobre os apelos da Ucrânia, algo que permite que os representantes russos "estejam convencidos de sua impunidade".

O regulador apelou ao diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, para pressionar a Rússia a retirar de forma imediata as tropas das centrais nucleares ucranianas, bem como exigir o fim dos bombardeamentos aéreos no país.

As forças russas controlam Zaporijia, a maior central nuclear da Europa, e controlaram durante cerca de um mês a central nuclear desativada de Chernobyl.

Em 10 de maio, Grossi admitiu "preocupação" relativamente à segurança nuclear na Ucrânia, principalmente em Zaporijia.

Garantindo estar em contacto com os "colegas ucranianos e em contacto constante com os peritos e o governo russo", o líder da AIEA admitiu que a Rússia ainda não tinha permitido a visita dos peritos da agência a Zaporijia.

A guerra na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou na quinta-feira que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates

Leia Também: Governador de Lugansk nega cerco a Severodonetsk, mas admite retirada

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