A alteração foi anunciada pela Assembleia Nacional através de uma nota na rede social Facebook, na qual se refere que a data inicial da chegada do corpo do ex-chefe de Estado são-tomense foi alterada de quinta para sexta-feira.
Também a "data de enterro foi posteriormente alterada para sábado, dia 4 no cemitério de Santana", indica a nota, sem explicar o motivo da alteração do local do enterro que estava previsto para sexta-feira às 16:00 locais (mais uma hora em Lisboa) no cemitério do Alto de São João, na capital são-tomense.
Na segunda-feira, o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, convocou uma reunião de alto nível na qual estiveram presentes todos os órgãos de soberania de São Tomé e Príncipe, sendo o tema central "a morte precoce" de Evaristo Carvalho.
No final do encontro o porta-voz, Roberto Raposo, questionado sobre informações de que Evaristo Carvalho teria manifestado a intenção de ser sepultado na sua terra, Santana, no distrito de Cantagalo, afirmou que essa possibilidade foi avaliada, mas, "na verdade, por se tratar de um chefe de Estado, a cerimónia foi assumida como tal e o Estado assumirá tudo o que tem a ver com o funeral, por se tratar de um ex-presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe".
"Esperemos que haja de facto uma compreensão nesse sentido", disse Roberto Raposo.
Acrescentou que está prevista "uma cerimónia solene que vai ser realizada na Assembleia Nacional, em memória do passamento do antigo chefe de Estado da República Democrática de São Tomé e Príncipe".
"Esta cerimónia do passamento do Presidente terá toda a honra fúnebre do chefe de Estado e será garantida pelo Estado da República", cabendo a competência de organização ao Governo são-tomense.
Na nota divulgada hoje, o parlamento são-tomense refere que "os deputados da Assembleia Nacional, em sessão plenária solene, homenagearão o finado Presidente, numa cerimónia especial, uma vez tratar-se não apenas de antigo chefe de Estado, mas sobretudo pelo facto do ex-presidente Evaristo Carvalho ter sido também deputado e presidente da Assembleia Nacional".
Questionado se a cerimónia contará com a presença de autoridades internacionais, o porta-voz da reunião de alto nível convocada pelo presidente da República indicou que não cabe ao Estado fazer convites, salientando que o momento "está de facto aberto a todos os amigos e todos os Estados".
"Venham todos os amigos, todos aqueles que conviveram com o presidente e os familiares", referiu.
A embaixada de São Tomé e Príncipe em Lisboa anunciou hoje "que todos os serviços da embaixada estarão encerrados" na quarta-feira "por ocasião das exéquias fúnebres do ex-presidente da República" Evaristo Carvalho, que decorrerá na Basílica da Estrela, a partir das 11:00.
No domingo, o Governo de São Tomé decretou cinco dias de luto nacional para "prestar tributo" a Evaristo Carvalho, de 80 anos, que morreu em Lisboa no dia 28 vítima de doença prolongada.
O antigo chefe de Estado são-tomense estava internado num hospital em Lisboa e morreu cerca das 22:00 de sábado.
Eleito Presidente de São Tomé e Príncipe em 18 de julho de 2016, Evaristo Carvalho exerceu o mandato até 02 de outubro de 2021, quando lhe sucedeu Carlos Vila Nova.
Pai de 25 filhos, Evaristo Carvalho era um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial e presidente da Assembleia Nacional.
Técnico de agricultura, Evaristo Carvalho começou por ser um quadro do partido único - Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) - após a independência e até ao início do multipartidarismo, na década de 1990.
Foi chefe de gabinete de Miguel Trovoada quando este foi Presidente da República e aderiu à Ação Democrática Independente (ADI), partido hoje liderado pelo filho daquele e antigo primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
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