Os líderes da União Europeia (UE) chegaram a um acordo na segunda-feira que deve reduzir as importações de petróleo russo dos 27 Estados-membros em cerca de 90% até ao final do ano, com o objetivo de cortar o financiamento a Moscovo, que mantém a invasão da Ucrânia desde final de fevereiro.
"Congratulamo-nos com o embargo proposto pela UE ao petróleo russo", destacou o porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price, em declarações à imprensa em Washington.
O porta-voz do Departamento de Estado lembrou que os Estados Unidos, menos dependentes que os europeus no que diz respeito à energia russa, já anunciaram a proibição de todas as importações de hidrocarbonetos russos.
"Sabemos que há amplo apoio entre os nossos aliados e parceiros, como vimos novamente por parte da UE, para dificultar o ponto forte da máquina de guerra da Rússia, ou seja, a sua energia", acrescentou.
Ned Price elogiou ainda os esforços europeus para diversificar o fornecimento de energia e desenvolver energias renováveis para reduzir a dependência de Moscovo a "longo prazo".
"Estamos unidos na nossa determinação para manter a pressão sobre o Presidente [Vladimir] Putin e todos os responsáveis por esta guerra", sublinhou.
Do lado dos norte-americanos, Ned Price prometeu anúncios para "breve" em termos de ajuda militar adicional a Kyiv.
O embargo ao petróleo russo acordado em Bruxelas pelos líderes europeus durante uma cimeira extraordinária, que decorreu entre segunda e terça-feira, irá reduzir em cerca de 90% as importações de petróleo da Rússia pelo bloco comunitário até ao final do ano.
O sexto pacote de sanções à Rússia, que a Comissão Europeia propôs há quase mês, representará praticamente o fim das importações de petróleo russo dentro de sensivelmente seis meses, mesmo com as alterações e exceções temporárias introduzidas, designadamente o embargo numa primeira fase aplicar-se apenas às importações de petróleo por via marítima.
As sanções passam a abranger numa primeira fase as importações de petróleo por via marítima, para que a Hungria e também a Eslováquia e a República Checa possam continuar a receber petróleo por via terrestre (oleoduto).
A Bulgária vai poder continuar a importar petróleo russo até ao final de 2024, para ter tempo de ajustar a única refinaria do país a fornecimentos de outras origens, anunciou hoje o primeiro-ministro búlgaro em Bruxelas.
A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,8 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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