"Um passeio que nunca vai acontecer. Hoje, os autocarros escolares na Praça do Mercado estão vazios. 243 crianças nunca mais virão a Lviv". Quem o disse foi Andriy Sadovy, governador de Lviv, que, neste Dia da Criança, relembrou aquelas que não sobreviveram ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
O evento simbólico, que teve lugar no centro da cidade, passou por honrar as 243 vítimas mortais através de lugar vazios nos autocarros escolares, ocupados apenas por brinquedos e etiquetas com nomes. "Os ocupantes russos estão a matar crianças, mulheres e civis. Devem ser responsáveis por cada vida tirada. Hoje, o mundo inteiro deve unir-se para impedir estes crimes terríveis", assinalou o responsável, numa publicação do Telegram.
Recorde-se que o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia revelou, esta quarta-feira, que pelo menos 243 crianças morreram e outras 446 ficaram feridas devido às "ações do exército russo".
Além disso, 180 instituições de ensino foram destruídas, enquanto 1.078 foram danificadas, adiantou o organismo, no Facebook.
Segundo a entidade, cerca de 230 mil crianças ucranianas foram deportadas para a Rússia, estando perante a "ameaça da sua adoção ilegal por cidadãos russos, sem seguir os procedimentos necessários definidos pela legislação ucraniana".
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou mais de quatro mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. O conflito causou ainda a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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