Os satélites do Instituto Nacional de Investigação Espacial (INPE) detetaram quase duas vezes mais do que no mesmo período do ano passado.
Este é o segundo mês mais devastador de maio na história da floresta amazónica, após o recorde estabelecido em 2004, com 3.131 incêndios.
No Cerrado, uma área de savana rica em biodiversidade localizada no sul da Amazónia, foram identificados nada menos que 3.578 incêndios no mês passado, o máximo para esta época do ano desde que o INPE começou a compilar estes dados em 1998.
Ambientalistas salientam que o Brasil tem enfrentado um aumento dos incêndios florestais e da desflorestação desde que o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, tomou posse em janeiro de 2019.
"Estes números não são uma exceção, fazem parte de uma tendência de destruição ambiental nos últimos três anos, que é o resultado de uma política deliberada do governo", lamentou o diretor da filial brasileira do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Mauricio Voivodic
O Governo de Bolsconaro está "a ignorar a ciência, e o Brasil pagará um preço pesado no futuro", frisou.
Segundo os peritos, a maioria destes incêndios são fogo posto, consistindo em queimadas agrícolas em áreas desflorestadas ilegalmente.
Maio não é normalmente o mês com mais fogos florestais. O pico ocorre em agosto e setembro, no meio da estação seca.
Os números já muito elevados para maio sugerem que 2022 será um ano particularmente devastador.
Bolsonaro, que é a favor de permitir atividades mineiras e agrícolas em áreas protegidas - incluindo territórios indígenas - é alvo de muitas críticas por parte da comunidade internacional pela sua política ambiental.
Desde o início do seu mandato, a desflorestação média anual da Amazónia brasileira aumentou em mais de 75% em comparação com a década anterior.
Leia Também: Indígenas brasileiros denunciam a devastação da Amazónia na Europa