O assessor do ministro do Interior da Ucrânia, Anton Gerashchenko, adiantou que os russos atingiram o túnel ferroviário de Beskides, nos Cárpatos, para cortar uma importante ligação ferroviária e interromper os carregamentos de armas e combustível ao país.
A região de Lviv tem servido como um canal chave para abastecimento de armas ocidentais e outros materiais.
Também a Igreja Ortodoxa Ucraniana comunicou hoje que dois monges e duas freiras foram mortos no bombardeamento de um mosteiro histórico na zona leste da Ucrânia.
A igreja disse num comunicado que três monges também ficaram feridos pelo ataque, que ocorreu na segunda-feira, tendo danificado o mosteiro de Sviatohirsk, na região de Donetsk, sem adiantar mais pormenores.
O mosteiro, localizado na margem direita íngreme do rio Seversky Donets, é um dos mais importantes mosteiros ortodoxos da Ucrânia.
A abadia deu abrigo a civis que fugiram dos combates e já havia sido atingido por bombardeamentos russo enquanto as tropas russas pressionavam a sua ofensiva no Donbass.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,8 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou hoje que 4.149 civis morreram e 4.945 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 98.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
Leia Também: Autocarros vazios em Lviv recordam as 243 crianças mortas na guerra