O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinalou, na quarta-feira, o Dia Mundial da Criança e revelou que mais de 200 mil crianças foram deportadas para a Rússia desde o início da invasão russa da Ucrânia.
Na sua comunicação diária ao país sobre o 98.º dia da invasão, Zelensky acusou a Rússia de cometer um dos “crimes de guerra mais hediondos”: a “deportação à força tanto de adultos como crianças”.
“No total, mais de 200 mil crianças ucranianas foram deportadas até agora. Estas são órfãs de orfanatos. Crianças com pais. Crianças separadas das suas famílias”, frisou.
O objetivo, segundo Zelensky, é “fazer com que os deportados esqueçam a Ucrânia e não possam regressar”.
O chefe de Estado ucraniano revelou ainda que “durante os 98 dias da invasão russa, 689 crianças ficaram feridas como resultado dos ataques dos ocupantes”, alertando que o número pode aumentar, uma vez que não se dispõe ainda de “toda a informação do território que está atualmente ocupado”.
“Mas pelo que se sabe hoje - 446 crianças ficaram feridas, 243 crianças morreram. 139 desapareceram”, explicou.
Considerando que o dia 1 de junho é “um dia especial em que os adultos prestam atenção aos direitos das crianças, à segurança e ao desenvolvimento dos nossos filhos”, Zelensky sublinhou que, desde 24 de fevereiro, “todos os dias são agora um dia de proteção” para os ucranianos. “Protecção de todo o nosso povo, das crianças, do nosso futuro. Protecção de um país livre onde cada criança possa, quando crescer, viver a vida que deseja. Sem coerção e opressão”, afirmou.
Assinala-se, esta quinta-feira, o 99.º dia da ofensiva militar russa na Ucrânia. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser muito maior, mais de quatro mil civis morreram no conflito.
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