Peter Navarro, de 72 anos, é o segundo assessor do ex-Presidente norte-americano Donald Trump a ser acusado de desacato ao Congresso, por ser recusar a cooperar com a investigação à rebelião de 06 de janeiro de 2021. A sua acusação ocorre meses depois da de Steve Bannon.
O antigo assessor norte-americano foi acusado de desacato por não depor perante a comissão de investigação.
Peter Navarro é ainda acusado por não apresentar os documentos solicitados.
O homem foi levado sob custódia federal na manhã de hoje e deve apresentar-se no tribunal federal, em Washington, ao final da tarde.
A imputação ressalta que Departamento de Justiça continua a processar acusações criminais contra associados de Donald Trump que tentaram impedir ou bloquear o trabalho de investigadores do Congresso que examinam o ataque mais significativo à democracia norte-americana em décadas.
O Departamento de Justiça e o procurador-geral Merrick Garland ainda estão a decidir se processam outros assessores de Trump que também desafiaram intimações da comissão da Câmara dos Representantes.
A acusação alega que Peter Navarro, quando foi convocado para se apresentar perante a comissão para depor, recusou-se a fazê-lo e, em vez disso, disse que, como Trump havia invocado o privilégio executivo, as suas "mãos estavam atadas".
Após a equipa de investigação ter dito ao ex-assessor que havia tópicos que ele poderia discutir sem levantar preocupações de privilégios executivos, Navarro recusou novamente, orientando a comissão a negociar com os advogados de Trump, segundo a acusação.
A comissão prosseguiu com o seu depoimento agendado para 02 de março, mas Navarro não se apresentou.
A acusação surge dias depois de Peter Navarro ter revelado num processo judicial que também havia sido intimado a comparecer perante um grande júri, esta semana, como parte da extensa investigação do Departamento de Justiça sobre a invasão do Capitólio dos Estados Unidos.
Peter Navarro argumentou no seu processo, na terça-feira, que a comissão de investigação é ilegal e, portanto, uma intimação emitida contra si é "inexequível sob a lei".
O ex-funcionário governamental entrou com uma ação judicial contra a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e o advogado Matthew M. Graves, membros da comissão.
Em entrevista à agência de notícias Associated Press (AP) esta semana, Peter Navarro disse que o objetivo do seu processo é muito maior do que as próprias intimações, partindo de um esforço para que "o Supremo Tribunal aborde uma série de questões que surgiram com os poderes de investigação (...)" desde que Trump assumiu a Presidência norte-americana.
Membros da comissão procuraram depoimentos de Navarro sobre os seus esforços públicos para ajudar Trump a derrubar o resultado das eleições presidenciais de 2020, incluindo telefonemas para tentar persuadir os congressistas estaduais republicanos.
O antigo professor de economia foi um dos funcionários da Casa Branca que promoveu as alegações infundadas de Trump de fraude eleitoral massiva, tendo divulgado um relatório em dezembro de 2020, alegando que continha evidências da suposta má conduta.
Peter Navarro recusou-se a cooperar com a comissão, e ele e o conselheiro de Trump, Dan Scavino, foram indiciados por desacato ao Congresso em abril. Dan Scavino ainda não foi acusado pelo Departamento de Justiça.
Os membros da comissão defenderam na época que Scavino e Navarro estavam entre apenas cerca de cinco pessoas que rejeitaram os pedidos e intimações da equipa de investigação.
A comissão entrevistou mais de 1.000 testemunhas sobre a insurreição e está a preparar-se para uma série de audiências a começar na próxima semana.
Leia Também: Polícia reformado detido no Capitólio armado e com falso distintivo