O porta-voz do presidente ucraniano, Sergei Nikiforov, considerou, este sábado, que as declarações do presidente norte-americano, Joe Biden, de que Volodymyr Zelensky ignorou os alertas de uma possível invasão, precisam de ser “esclarecidas”.
Biden afirmou, na sexta-feira, que o seu homólogo ucraniano desvalorizou os alertas dos Estados Unidos quanto a uma invasão russa. "Muitas pessoas pensaram que eu estava a exagerar" ao falar sobre um ataque russo à Ucrânia antes de começar, disse o norte-americano. "Mas eu sabia que tínhamos informações nesse sentido. [O presidente russo Vladimir Putin] ia cruzar a fronteira. Não havia dúvidas e Zelensky não quis ouvir", acrescentou.
Em declarações ao portal ucraniano LIGA.net, Nikiforov esclareceu que Zelensky e Biden conversaram sobre a situação na Ucrânia apenas três ou quatro vezes. “Assim, a frase ‘não quiseram ouvir’ provavelmente precisa de ser esclarecida”, afirmou.
O responsável lembrou ainda que o chefe de Estado ucraniano pediu sanções preventivas contra a Rússia meses antes da invasão, numa altura em que milhares de militares russos se reuniram na fronteira com a Ucrânia.
Também o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak condenou as declarações de Biden. “Claro que estas palavras não são inteiramente verdadeiras”, disse ao LIGA.net.
“Sempre compreendemos muito bem que a Rússia estava a desenvolver vários cenários de expansão e o presidente Zelensky tinha sempre na sua secretária análises da situação baseadas em serviços de informação de alta qualidade", frisou, acrescentando que "Zelensky reagia sempre com cuidado a todos os avisos".
Assinala-se, este sábado, o 107.º dia da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser mais elevado, pelo menos 4.200 civis morreram no conflito.
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