Polícia ucraniana abre processo penal para investigar 12 mil mortes

A polícia ucraniana abriu um processo penal para investigar a morte de mais de 12.000 pessoas, a maioria delas encontrados em valas comuns, anunciou o chefe da Polícia Nacional, Ihor Klymenko.

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© REUTERS/Valentyn Ogirenko

Lusa
14/06/2022 07:31 ‧ 14/06/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Numa entrevista à agência noticiosa Interfax-Ukraine, o chefe da polícia disse que estão na posse de 1.200 corpos, também encontrados em valas comuns, que ainda não foram identificados.

Recebemos "relatórios e abrimos processos penais [para investigar] a morte de mais de 12.000 pessoas, muitas delas encontradas em valas comuns", disse Klymenko.

Klymenko afirmou que, para além das pessoas mortas na rua, um grande número de civis foi encontrado morto nas suas habitações.

Quanto às valas comuns, explicou que é ainda demasiado cedo para quantificar o número de corpos encontrados, uma vez que os agentes da lei localizam vários cadáveres todas as semanas.

"Em Bucha, 116 pessoas foram enterradas numa dessas sepulturas; houve enterros menores de cinco a sete pessoas cada. Os residentes recolhiam os corpos dos mortos e enterravam-nos em parques", descreveu.

Segundo o chefe da Polícia ucraniana, no total, cerca de 75% dos mortos são homens, cerca de 2% são crianças e os restantes são mulheres, sublinhando que "são civis, não tiveram nada a ver com as estruturas militares ou policiais do país".

Ihor Klymenko adiantou que a exumação dos cadáveres "é um processo longo e laborioso, porque muitos corpos estão num estado avançado de putrefação".

"Selecionámos o ADN dos familiares que nos contactaram (...) e depois comparámos os perfis desses familiares com os perfis dos mortos, enterrados, baleados, que não puderam ser identificados", referiu.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que mereceu a condenação de grande parte da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição de sanções à Rússia.

Leia Também: Líderes da ONU querem medidas na OMC contra a crise alimentar

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