Os cidadãos mencionados "já não estão autorizados a entrar na Federação Russa", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo numa declaração, acusando-os de "difundir informações falsas" sobre o conflito na Ucrânia e de "alimentar a russofobia na sociedade britânica".
Entre a lista dos sancionados incluem-se vários altos gestores do grupo de comunicação BBC e jornalistas célebres, como Orlan Guerin, Paul Adams e Nick Robinson.
A editora do jornal The Guardian, Katharine Viner, o colunista do Financial Times, Gideon Rachman, e a apresentadora do programa político dominical da Sky News, Sophy Ridge, são alguns dos outros notáveis da imprensa britânica mencionados.
O jornalista Shaun Walker, bem como o analista Mark Galeotti, também foram sancionados.
A lista dos visados apresentada por Moscovo inclui ainda 20 cidadãos do Reino Unido associados ao setor da defesa, funcionários governamentais e militares, bem como executivos de grupos industriais, entre eles a BAE Systems e a Thales UK.
Esta não é a primeira vez que a Rússia anuncia uma interdição à entrada de cidadãos britânicos em território nacional para responder às sanções do Reino Unido relacionadas com a ofensiva de Moscovo na Ucrânia.
No final de maio, o serviço diplomático russo já tinha anunciado a interdição de 154 membros da Câmara dos Lordes.
Desde abril, o primeiro-ministro Boris Johnson e vários outros altos funcionários britânicos também já estão banidos território russo.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que 4.432 civis morreram e 5.499 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 111.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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