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Ilhas Salomão garantem que não acolherão base militar chinesa

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, revelou hoje, durante uma visita às Ilhas Salomão, que recebeu garantias de Honiara de que o país insular não acolherá uma base militar chinesa, apesar do acordo com Pequim.

Ilhas Salomão garantem que não acolherão base militar chinesa
Notícias ao Minuto

19:18 - 17/06/22 por Lusa

Mundo Ilhas Salomão

A governante reuniu-se hoje com o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, durante uma visita ao país insular motivada pelas preocupações dos australianos com o acordo de segurança assinado em abril entre Honiara e Pequim, que permite a instalação de uma base militar.

"Saúdo as garantias do primeiro-ministro Sogavare de que não haverá base militar estrangeira ou presença aqui nas Ilhas Salomão", referiu Wong em declarações aos jornalistas, em Honiara.

A ministra salientou ainda que Sogavare apontou a Austrália como o seu principal "parceiro de segurança e desenvolvimento".

"A posição da Austrália continua a ser de que a família do Pacífico deve ser responsável pela nossa segurança, e a família do Pacífico é mais do que capaz de fornecer essa segurança", vincou.

Penny Wong, nomeada após a recente vitória do Partido Trabalhista em maio, indicou que o encontro serviu também para abordar a mobilidade laboral entre as duas nações e a crise climática, uma questão prioritária para o novo governo australiano.

Este foi o quarto país que a chefe da diplomacia australiana visitou no Pacifico desde maio, depois de Fiji, Tonga e Samoa, numa tentativa de contrariar a crescente influência da China na região.

Em abril, as Ilhas Salomão e a China assinaram um acordo bilateral de cooperação em segurança que permite o envio de tropas chinesas para a nação insular e também a instalação de uma base militar, embora Pequim tenha negado que essa seja sua intenção.

O acordo surgiu depois das Ilhas Salomão terem abandonado, em 2019, a sua aliança com Taiwan, a favor do gigante asiático.

O chanceler chinês, Wang Yi, realizou uma viagem de dez dias pelo Pacífico no final de maio e assinou vários acordos bilaterais, embora não tenha conseguido fechar um polémico plano multilateral com a região.

Este plano, que Pequim procurou assinar com as Ilhas Salomão, Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu, Papua Nova Guiné, Ilhas Cook, Niue e os Estados Federados da Micronésia, inclui o acesso a recursos marítimos e pesqueiros, bem como o possível envio de forças de segurança, entre outras matérias.

Austrália e Estados Unidos já alertaram para o crescimento da hegemonia da China, que também preocupa outras nações que mantêm uma aliança com Taiwan, como Palau, Tuvalu, Ilhas Marshall e Nauru.

Austrália, Reino Unido e Estados Unidos celebraram também um pacto de segurança, Aukus, na zona do Indo-Pacífico, que visa combater a influência da China.

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