A Lituânia aplicou, a partir deste sábado, sanções económicos conta o exclave de Kaliningrado, um território que pertence à Rússia, confirmando que as sanções aplicadas pela Comissão Europeia (CE) àquele também se aplicam ao trânsito terrestre entre a Lituânia e o território.
O exclave de Kaliningrado é um pequeno território, que chegou a fazer parte da Prússia e passou a fazer parte da União Soviética, após o final da Segunda Guerra Mundial. Encontra-se quase completamente separado do país, ficando entre a Lituânia e a Polónia, e é banhado pelo Mar Báltico - que acaba por ser a única ligação direta possível à Rússia.
A partir deste sábado, o trânsito terrestre entre a Rússia 'Mãe' e Kaliningrado será controlado pela Lituânia, que impedirá o fornecimento de produtos essenciais à economia da região.
Segundo a agência Reuters, as sanções foram confirmadas pelo departamento de mercadorias do serviço estatal de caminhos-de-ferro da Lituânia. Numa carta aos clientes, o serviço contou que as sanções da CE passariam a ser aplicadas, após "clarificação" da Comissão.
E o anúncio do lado russo surgiu num vídeo publicado pelo governador de Kaliningrado, Anton Alikhanov
As sanções aplicam-se a carvão, metais, materiais de construção, entre outros. O governador contou num anúncio televisivo que a medida teria um impacto em 50% das importações do pequeno território.
A relação entre a Lituânia e Kaliningrado durante a guerra tem ficado mais tensa, com os russos a ameaçar a mobilização de armas nucleares no território perante a aplicação de sanções pela União Europeia - que o governo lituano desvalorizou, argumentando que a Rússia já colocara armas nucleares em circunstâncias anteriores.
De notar que Kaliningrado é também a base da marinha russa no Báltico, a segunda maior armada russa atrás da que está presente no Mar Negro, na guerra na Ucrânia. É também conhecida a presença de armazenamento nuclear em Kaliningrado e, durante a guerra, aviões russos armados com armas nucleares já entraram no espaço aéreo de Suécia e Finlândia, membros que procuram entrar na NATO.
Alikhanov pediu aos cidadãos para não açabarcarem produtos, anunciado que navios russos vindos de São Petersburgo abastecerão o fornecimento de alimentos no exclave.
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