Os funcionários de vários museus no Sudão alegam que a devolução de artefatos levados por soldados, administradores coloniais e viajantes britânicos, tais como armas e armaduras, irá trazer paz ao país.
Também as bandeiras dos combatentes que lutaram contra a invasão e colonização do Sudão há mais de 120 anos estão entre os objetos solicitados pela África Oriental.
De acordo com o jornal The Guardian, dois crânios retirados do campo de batalha, onde os soldados sudaneses tentaram impedir o avanço do exército britânico e egípcio, estão atualmente no Museu Anatómico em Edimburgo e são frequentemente utilizados na investigação pseudocientífica para apoiar teorias racistas durante e imediatamente após a corrida para colonizar o continente no final do século XIX.
Na capital do país, Cartum, a repatriação destes restos humanos é bastante significativa. "Estas pessoas são nossos irmãos, nossos heróis, unificaram e defenderam o nosso país. É uma história muito especial de resistência ao imperialismo. Os seus descendentes devem poder ver tudo aqui", expressou o diretor de conservação da Corporação Nacional para as Antiguidades e Museus, Eglal el-Malik.
Os soldados britânicos procuravam obter objetos nos campos de batalha durante o colonialismo, o que explica a existência de milhares de artigos do Sudão em museus britânicos. De referir que as vitórias da Grã-Bretanha foram vistas como uma vingança pelo assassinato do General Charles Gordon, em Cartum, no ano de 1885 e o domínio colonial do Reino Unido durou até 1956.
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