Amazónia. Ativista já tinha revelado que estava a receber ameaças
Revelação foi feita a uma jornalista, em novembro.
© REUTERS/Pilar Olivares
Mundo Brasil
O ativista brasileiro Bruno Araújo Pereira, assassinado juntamente com o jornalista britânico Dom Phillips, na Amazónia, tinha pedido para não aparecer numa reportagem anterior sobre indícios de pesca ilegal na região.
Segundo o Fantástico, do G1, a jornalista Monica Yanakiew, da Al Jazeera, acompanhou a equipa do ativista e voluntários de várias aldeias durante uma semana, no passado mês de novembro. Na altura, e no mesmo rio onde viria a ser morto, Bruno Araújo Pereira pediu para não ser filmado devido às ameaças que sofria.
"O Bruno desde o início avisou: 'Isto é um lugar perigoso, as pessoas aqui andam armadas. Elas atacam'", contou a jornalista Monica Yanakiew.
"O Bruno pediu para não aparecer na reportagem, porque ele não é uma pessoa querida lá, pelos infratores, pelos garimpeiros, pelos pescadores ilegais. E ele estava a ser ameaçado", acrescentou.
Recorde-se que Araújo e Phillips desapareceram a 5 de junho quando navegavam num rio no Vale do Javari, uma região de selva perto das fronteiras do Brasil com o Peru e a Colômbia, onde tinham viajado para recolher material para um livro em que o jornalista estava a trabalhar sobre as ameaças enfrentadas pelos indígenas na região.
É de realçar que a Polícia Federal confirmou que ambos foram mortos a tiro, com munições de caça. O ativista foi atingido com três tiros, dois no tórax e um na cabeça, e o jornalista foi baleado uma vez, no tórax.
As motivações do crime continuam por apurar, estando a polícia a investigar uma possível relação com pesca ilegal e tráfico de droga.
Recorde-se que, no domingo, a Polícia Federal disse que está a investigar oito suspeitos, três dos quais já estão detidos.
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