Morreram 132 civis em ataques de extremistas islâmicos em Mali

Mais de 130 civis foram mortos no fim de semana em três localidades próximas umas das outras no centro do Mali em ataques atribuídos a extremistas islâmicos, anunciou hoje o governo em comunicado.

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Lusa
20/06/2022 21:54 ‧ 20/06/2022 por Lusa

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Mali

A avaliação dos ataques na noite de sábado para domingo em Diallassagou e em duas outras localidades da região de Bankass "relata 132 civis mortos pelos combatentes Katiba de Macina de Amadou Kouffa", organização ligada à Al-Qaida, lê-se na nota.

Os ataques haviam sido reportados por Moulaye Guindo, presidente da câmara de Bankass, a maior cidade perto das aldeias atacadas.

Os ataques mostram que a violência extremista islâmica está a espalhar-se do norte do Mali para áreas mais centrais, como Bankass.

Ao longo das últimas semanas, rebeldes extremistas no centro de Mali estavam a bloquear a estrada entre a cidade de Gao e Mopti, no centro do Mali.

A missão de paz das Nações Unidas no Mali (Minusma) divulgou na rede social Twitter uma declaração sobre os ataques em que se manifestou preocupada com "ataques contra civis na região de Bandiagara (a área central do Mali) perpetrados por grupos extremistas. Esses ataques terão causado vítimas e deslocamento de populações".

Num incidente separado, um 'capacete azul' da ONU morreu no domingo devido a ferimentos sofridos por um dispositivo explosivo improvisado, disse a missão das Nações Unidas no Mali em comunicado.

O chefe da Missão da ONU no Mali, El-Ghassim Wane, afirmou que desde o início de 2022, vários ataques mataram 'capacetes azuis'.

El-Ghassim Wane acrescentou que os ataques a forças de paz podem constituir crimes de guerra ao abrigo da lei internacional e reafirmou o compromisso da missão em apoiar a paz e a segurança no Mali.

Desde o início do ano, várias centenas de civis morreram em ataques no centro e no norte do Mali. Os ataques são atribuídos a rebeldes extremistas islâmicos e ao exército maliano, de acordo com um relatório da divisão de direitos humanos da Minusma.

A missão de paz da ONU no Mali começou em 2013, depois de a França ter liderado uma intervenção militar para expulsar rebeldes extremistas que haviam tomado cidades e grandes cidades do norte do Mali no ano anterior.

A Minusma integra atualmente cerca de 12.000 militares e mais 2.000 polícias e outros funcionários.

Mais de 270 'capacetes azuis' morreram no Mali, tornando-se a missão de paz mais mortal da ONU, segundo as autoridades.

O Mali e o Sahel são palco há meses de uma série de massacres de civis atribuídos a movimentos extremistas islâmicos.

O Mali está atolado numa profunda crise de segurança, política e humanitária desde a eclosão de rebeliões independentistas e ações de fundamentalistas islâmicos em 2012.

As atividades extremistas islâmicas espalharam-se aos países vizinhos, Burkina Faso e Níger e a esta situação junta-se a violência intercomunitária e grupos de crime organizado.

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