Eurobarómetro indica que a guerra na Ucrânia "faz aumentar" apoio à UE

Os portugueses acompanham a tendência dos restantes países do bloco europeu sinalizando "imagem positiva" da União Europeia face à guerra mas demonstram também preocupações ligadas à economia, desemprego e saúde.

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Lusa
22/06/2022 11:21 ‧ 22/06/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

De acordo com os resultados do novo Eurobarómetro de Primavera do Parlamento Europeu, a "guerra da Rússia contra a Ucrânia fortaleceu o apoio público à União Europeia" sendo que quase dois terços (65%) dos europeus consideram a adesão ao bloco europeu "uma coisa boa".

Segundo um comunicado do Parlamento Europeu trata-se do resultado "mais alto" desde 2007.

O mesmo documento refere que em comparação com o último inquérito do Parlamento Europeu, efetuado no final de 2021, os resultados subiram significativamente na maioria dos países, especialmente na Lituânia (+20 pontos percentuais), Malta (+12 pp) e Estónia (+9 pp).

"Em Portugal, o valor mantém-se elevado com uma subida de três pontos para os 80%", refere o comunicado.?????

O novo Eurobarómetro indica que maioria dos cidadãos (61%) "antecipa alterações na sua vida no seguimento da guerra na Ucrânia" sendo que cerca de um terço dos entrevistados (37%) acredita que a vida vai manter-se inalterada.????

O comunicado recorda que num inquérito recentemente publicado pela Comissão Europeia mostra que oito em cada dez entrevistados (80%) concordam com a imposição de sanções económicas ao governo russo.

Segundo a pesquisa, em "22 Estados membros a maioria dos cidadãos está satisfeita com a resposta da União Europeia à invasão russa da Ucrânia".

Quatro em cada dez europeus indicam que "já sentem" impactos nos padrões de vida e 59% considera "prioritária" a defesa dos valores europeus comuns como a liberdade e a democracia, mesmo que as medidas afetem os preços e o custo de vida.

"Em Portugal, o valor situa-se nos 49%, ao passo que 45% consideram prioritário manter o nível de vida", detalha o documento.

 No mesmo comunicado é referido que as "crescentes preocupações económicas também se refletem nas prioridades políticas em que os cidadãos querem que o Parlamento Europeu se concentre".

Assim a luta contra a pobreza e a exclusão social é mencionada em primeiro lugar (38% dos europeus e 66% dos portugueses), seguida pela saúde pública (35% dos europeus, uma diminuição significativa de 7 pontos percentuais nos últimos seis meses; e 53% em Portugal).

Em terceiro lugar, a nível europeu, surge a democracia e estado de direito (32%), que teve um aumento significativo de 7 pontos percentuais.

"Por outro lado, em Portugal, a terceira prioridade é a economia e o emprego (52%)", indica o texto.

A perceção da guerra e aquilo que o conflito significa para a União Europeia "torna-se também visível" nos valores fundamentais que os cidadãos querem que o Parlamento Europeu defenda.

"A democracia volta a liderar a lista, com um aumento de seis pontos em relação ao outono 2021 (38%, +6pp.). A liberdade de expressão e pensamento bem como a proteção dos direitos humanos na União Europeia e em todo o mundo, surgem em seguida, ambos com 27%. Este último é considerado como o valor prioritário para a maioria dos portugueses (42%)", especifica o Eurobarómetro.

Face aos resultados, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou que com o regresso da guerra ao continente os europeus sentem-se mais "tranquilos" por fazerem parte da União Europeia. 

"Os cidadãos europeus estão profundamente apegados à liberdade, estão prontos para defender os nossos valores e apercebem-se cada vez mais que a democracia já não é algo garantido. O apoio às sanções mostra que os europeus estão dispostos a pagar um preço pela democracia", declara Roberta Metsola em comunicado.

Leia Também: A guerra anulou o "erro" de a Ucrânia não pertencer à UE, diz embaixador

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