Guiné.Partido do governo reúne-se em congresso com legislativas em agenda

A Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado pelo primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, reúne-se este fim de semana para o segundo congresso do partido, com coesão interna e legislativas em agenda.

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Lusa
22/06/2022 11:54 ‧ 22/06/2022 por Lusa

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Guiné-Bissau

Dedicado ao tema "Congresso para fortalecimento da coesão interna e afirmação política da APU-PDGB", os 1.351 delegados que vão participar no segundo congresso do partido, que vai decorrer em Gardete, nos arredores de Bissau, vão analisar os últimos quatro anos de vida do partido e as estratégias para as legislativas previstas para dezembro, as segundas em que participam.

"Tivemos um percurso de quatro anos e pretendemos trabalhar para que no congresso e depois do congresso consigamos reforçar o partido para continuar a sua caminhada e contribuir para a vida política da Guiné-Bissau", afirmou à Lusa Augusto Gomes, presidente da comissão organizadora do congresso da Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau.

Segundo o dirigente, a APU-PDGB teve "momentos bons", nomeadamente o facto de ter conseguido eleger cinco deputados nas primeiras eleições legislativas em que participou, em março de 2019, e que serviram para "contrabalançar todo o corpo político".

"Entrámos logo na governação, obviamente, vínhamos também com alguma inexperiência como partido e foram anos de aprendizagem", disse, referindo-se ao fim da aliança com o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e à falta unidade interna em relação àquela decisão.

"Mas fomos conseguindo e a APU foi sempre o partido que em momentos difíceis chama os grandes para a perspetiva de estarmos juntos" e "construir uma força para governar", salientou.

Após as eleições legislativas de 2019, a APU-PDGB fez um acordo de coligação com o PAIGC, com a União para a Mudança e com o Partido da Nova Democracia, que acabou por abandonar para se juntar a uma nova coligação com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) e o Partido de Renovação Social (PRS).

A decisão da direção do partido não foi, contudo, respeitada pela maioria dos cinco deputados eleitos, que permaneceram fiéis à coligação com o PAIGC.

"Mas, internamente também conhecemos momentos difíceis, que são os que queremos reparar neste congresso", disse Augusto Gomes.

Em abril, o conselho nacional do partido decidiu suspender cinco dos vice-presidentes e quatro dos cinco deputados que elegeu nas últimas legislativas.

Questionado sobre se no congresso o partido vai definir já estratégias para as legislativas antecipadas de 18 de dezembro, o dirigente precisou que o "partido vai querer aumentar a sua fasquia de deputados" e "provavelmente" manter-se no Governo e para isso "tem de ir com estratégias" para que o congresso reforce a unidade interna e permita a mobilização de votos.

Inicialmente, foram apresentadas três candidaturas, mas só a liderada pelo primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam foi aceite, porque as outras duas apresentavam algumas irregularidades.

Entretanto, a comissão organizadora decidiu dar até sexta-feira às outras candidaturas para resolverem essas irregularidades.

Augusto Gomes, que é também ministro da Cultura, Juventude e Desporto no atual Governo, explicou que decidiram dar mais tempo aos candidatos para resolverem as questões em falta, porque a "democracia interna do partido é mais importante e para que todos os candidatos possam estar no congresso e apresentar as suas estratégias ao partido".

Leia Também: Missão da CEDEAO na Guiné-Bissau não substitui forças de defesa

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