"Não é uma coincidência casual a proibição do trânsito ferroviário de uma vasta gama de cargas através de Kaliningrado decidida pelo Ocidente por ordem da Administração da Casa Branca e a proibição de um voo especial para levar os nossos diplomatas para fora dos EUA (Estados Unidos da América)", disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, citada pela agência espanhola EFE.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moscovo denunciou, na quinta-feira, que Washington se recusou a autorizar um voo russo para repatriar diplomatas que foram alvo de sanções dos EUA.
Os EUA, tal como a União Europeia (UE), fecharam o seu espaço aéreo a todos os voos privados e comerciais da Rússia em março, na sequência da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
A Lituânia suspendeu, há cerca de uma semana, a utilização do seu território para a passagem de certos produtos, sobretudo de aço, para Kaliningrado, em cumprimento das sanções da UE contra interesses russos.
Kaliningrado é um enclave russo no Báltico que faz fronteira com a Lituânia e a Polónia, dois países da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Zakharova disse também que a Rússia está a ouvir frequentes afirmações oficiais de Washington de que pretende manter relações diplomáticas com Moscovo, mas considerou que tais declarações são "anuladas por ações cada vez mais hostis do lado dos EUA".
"Tiraremos as conclusões adequadas e tomaremos as medidas adequadas", acrescentou a porta-voz do ministério liderado por Serguei Lavrov.
A UE e países como EUA, Reino Unido ou Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra Moscovo e fornecido armamento às forças ucranianas para enfrentarem o exército russo.
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