O Reino Unido vai mobilizar mais 1.000 tropas e dois novos porta-aviões para a defesa da Estónia, no âmbito das operações da NATO no leste da Europa, anunciou esta quarta-feira o secretário da Defesa do país.
Segundo o jornal The Guardian, citando o secretário da Defesa Ben Wallace, o Reino Unido já tem cerca de 1.700 soldados na região. No entanto, o reforço de militar não sairá do Reino Unido, e estará sempre pronto a viajar para Báltico caso seja necessário.
Quanto aos porta-aviões, Wallace apontou que seria mais eficiente que estes estivessem prontos na Alemanha, numa base da NATO.
O anúncio do governo britânico surge pouco depois da NATO ter anunciado que aumentaria exponencialmente o número de tropas em alerta máximo, para 300.000, disponíveis para responder caso a Rússia ataque qualquer membro da aliança.
Isto tudo ocorre depois da Rússia ter invadido a Ucrânia quando esta se preparava para aderir à NATO, e no meio dos processos de adesão da Suécia e da Finlândia, que se candidataram depois de contínuas ameaças por parte dos russos aos países nórdicos e do Mar Báltico.
Ben Wallace acrescentou que uma grande parte do aumento do destacamento militar britânico será marítimo. O Reino Unido tem dois porta-aviões, que apoiam a frota britânica.
A presença militar da NATO nos países mais próximos da Rússia, como a Estónia, a Lituânia ou a Bulgária, tem aumentado ao longo da guerra, e o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, reforçou a necessidade dos países aumentarem o orçamento em defesa militar para 2% dos seus PIBs.
O secretário da defesa britânico também apontou que os planos de reação do Reino Unido foram atualizados, porque a guerra na Ucrânia alterou a forma como os países pensam numa defesa mais imediata. "Compreensivelmente, os Estados bálticos apontaram que o que viram a guerra na Ucrânia foi que se se esperar cinco dias, não sobreviverá ninguém. Portanto não queremos correr o risco e esperar que os nossos ferryboats com tanques cheguem à Estónia", disse.
Apesar dos novos planos preverem que uma grande parte das tropas fiquem em território britânico - uma atitude que já fora criticada face a uma decisão semelhante pela Alemanha -, Wallace garantiu que a maioria das tropas necessárias "já se encontra" na Estónia.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 4.500 mortos civis, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o número real de mortos poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar baixas civis em territórios controlados ou sitiados pelos russos.
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