"Aplaudimos a normalização gradual da situação na Venezuela e à volta da Venezuela, algo que foi possível graças à hábil e responsável política do Governo e do Presidente Nicolás Maduro", disse Lavrov no início do encontro.
O chefe da diplomacia russa sustentou que, "agora, o país está a voltar ao desenvolvimento sustentável" e assegurou que a Rússia "vai promover [esse desenvolvimento] de todas as maneiras possíveis".
Lavrov está hoje reunido com Carlos Faria em Moscovo para discutir a agenda bilateral e as perspetivas de aprofundar a cooperação em diferentes áreas, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Os dois ministros já se conheciam, já que Faria foi embaixador da Venezuela na Rússia durante cinco anos antes de ser nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros.
O Governo venezuelano e a oposição concordaram sentar-se à mesa das negociações em agosto de 2021, no México, mas esta reunião foi suspensa pelo partido no poder, em protesto pela extradição para os Estados Unidos do empresário colombiano Alex Saab, alegado testa de ferro de Maduro.
"Valorizamos muito todo o apoio que recebemos do vosso Governo, do Presidente Vladimir Putin, nas questões políticas, na questão da política nacional, em que a Federação Russa nos apoiou com uma mediação nas mesas de diálogo com a oposição venezuelana", afirmou Carlos Faria.
O chefe da diplomacia venezuelana destacou ainda que esta sua primeira visita de trabalho à Rússia enquanto ministro servirá para os dois países reverem a cooperação bilateral em pelo menos 20 áreas e abordar questões que surgirão "no futuro próximo".
Lavrov declarou-se convencido de que, sob a liderança do ministro venezuelano, o desenvolvimento dos laços de amizade e da associação estratégica "se acelerará".
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo também se mostrou seguro de que ambos irão "chegar a acordos adicionais" durante o encontro, alegando que pretende "continuar a desenvolver e promover as relações" entre a Rússia e a Venezuela.
A nível internacional, a Rússia e a Venezuela continuarão a coordenar as suas posições no âmbito da ONU, disse Lavrov, lembrando que a Rússia apoia a iniciativa venezuelana do Grupo de Amigos em Defesa da Carta da ONU, que considerou "muito relevante".
Esta coligação internacional, que inclui, além da Rússia e da Venezuela também a China, Cuba, Bolívia, Nicarágua e cerca de uma dezena de outros países, defende a carta das Nações Unidas e opõe-se à ameaça de usar a forças e as sanções unilaterais.
Lavrov e Faria também deverão discutir a situação nos países vizinhos da Venezuela.
Desde o início do ano, houve duas conversas por telefone entre os presidentes da Rússia e da Venezuela e, em 16 de fevereiro, uma delegação chefiada pelo vice-primeiro-ministro russo e copresidente da Comissão Intergovernamental Russo-Venezuelana de Alto Nível, Yuri Borisov, esteve em Caracas.
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