Em causa estavam duas passagens de um artigo publicado em 08 de fevereiro de 2019 na edição eletrónica do jornal, sob o título "Mali: o jornalista desaparecido e o filho do Presidente", referindo-se ao desaparecimento inexplicado em 2016 do jornalista de investigação Birama Touré, que trabalhava para o semanário Bamako Le Sphinx.
Birama Touré não é visto desde 29 de janeiro de 2016, segundo a sua família e o diretor da publicação maliana, Adama Dramé.
Estes dizem recear que Birama Touré tenha sido sequestrado, torturado e morto após vários meses de detenção.
Em julho de 2021, a Interpol emitiu contra Karim Keïta, um ex-deputado que se refugiou na Costa do Marfim após o golpe militar que derrubou o pai em agosto de 2020, um "aviso vermelho" a pedido de um juiz de instrução em Bamako como parte da investigação no Mali sobre este desaparecimento.
Os "avisos vermelhos" da Interpol, emitidos a pedido de um Estado, consistem em solicitar às autoridades de todo o mundo que localizem e prendam um fugitivo procurado para extradição, entrega ou outros procedimentos legais.
Karim Keïta negou sempre qualquer envolvimento no desaparecimento.
No julgamento de hoje, o tribunal de Paris considerou que os comentários referidos por Keïta eram realmente difamatórios, mas que o jornalista do L'Express "tinha elementos para relatar nos termos usados ??os comentários, que não distorceu", e que deveria "ter direito à escusa de boa-fé".
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