A Letónia deverá restituir o serviço militar obrigatório, perante o clima de tensão crescente com a Rússia, face à guerra na Ucrânia.
“O atual sistema militar da Letónia atingiu o seu limite. Entretanto, não temos razões para pensar que a Rússia vai mudar o seu comportamento”, disse o ministro da Defesa letão, Artis Pabriks, na terça-feira, citado pela Agence France-Presse (AFP).
O país acabou com a obrigatoriedade de cumprir serviço militar alguns anos depois de se ter juntado à NATO. Na verdade, desde 2007 que o seu exército é composto por soldados de carreira, assim como por voluntários que servem na infantaria durante os fins de semana, em regime part-time.
Com menos de dois milhões de pessoas, a Letónia faz fronteira com a Rússia e com a Bielorrússia, contando apenas com 7.500 soldados no ativo. Este número é, contudo, reforçado por 1.500 tropas da NATO.
Para Gatis Priede, soldado da guarda nacional, esta é “a melhor notícia”, considerando que a decisão deveria de ter sido tomada logo após a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014.
“Esta é a coisa certa a fazer – treinar mais reservistas para o nosso exército e para a força da NATO, que está criticamente em falta no norte da Europa e na região do Báltico”, apontou.
Pabriks anunciou, além disso, estar a planear a construção de outra base militar perto de Jēkabpils, mais próxima da fronteira russa do que a atual, em Ādaži.
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