Medvedev avisa EUA que punir a Rússia "é ameaçar a humanidade"
Na sua ótica, as propostas de investigação da conduta russa na Ucrânia são "juridicamente nulas", acusando os EUA de acreditar "ter o direito de julgar os outros", enquanto se consideram "fora da jurisdição de qualquer tribunal".
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitri Medvedev, avisou, esta quarta-feira, que as tentativas por parte do Ocidente de punir a Rússia constituem um perigo para a existência da humanidade, devido ao seu arsenal nuclear.
Num ataque dirigido aos Estados Unidos, o responsável recordou as intervenções daquele país na Síria e no Vietname, não deixando de mencionar a sua “guerra sangrenta” contra os nativos americanos.
“A ideia de punir o país que tem um dos maiores potenciais nucleares é absurda. E apresenta, potencialmente, uma ameaça para a existência para da humanidade”, ameaçou o responsável, na rede social Telegram.
O antigo chefe de Estado lançou ainda farpas aos EUA que, com a Rússia, controlam cerca de 90% das armas nucleares no mundo, atirando que “toda a história americana, começando pela conquista aos nativos americanos, é uma guerra sangrenta de aniquilação”.
“Quem é que está a gritar que é necessário organizar um julgamento da Rússia e envolver órgãos supranacionais? Quem é o idiota? O sumo sacerdote é conhecido de todos. E fez um trabalho muito bom a semear o caos e a devastação em todo o mundo, sob o mote da notória ‘verdadeira democracia’”, acusou, relembrando a devastação da Guerra do Vietname, e até mesmo a intervenção norte-americana na Síria.
Na sua ótica, as propostas de investigação da conduta russa na Ucrânia são “juridicamente nulas”, acusando os EUA de acreditar “ter o direito de julgar os outros”, enquanto se consideram “fora da jurisdição de qualquer tribunal”.
“Com a Rússia, isso não vai funcionar. Entendam isso. Portanto, os cães de guerra imundos pararão os seus latidos repugnantes. Mas os EUA e os seus mestiços inúteis devem lembrar-se das palavras das Escrituras: ‘Não julgueis, para que não sejais julgados’ (Mateus 7:1-5)”, rematou.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.
Leia Também: Letónia deverá restituir serviço militar devido à tensão com Moscovo
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com