Durante anos, entre 1979 e 2015, a regra na China era de ter apenas um único filho por casal. E tal foi cumprido devido às duras consequências para quem não o fizesse. Por exemplo, o aborto forçado e as esterilizações faziam parte das medidas para que as metas populacionais fossem cumpridas.
Em 2021, Pequim decidiu mudar de estratégia após o desastre demográfico que esta política provocou e anunciou que o limite de filhos por casal passaria a ser três.
As mulheres recebem por isso vantagens por cada filho que têm, mas o governo continua a querer decidir quem pode ter ou não crianças e nem todas as mães têm as mesmas vantagens.
Apenas as mulheres casadas têm acesso a apólices de seguro ou planeamento familiar. Têm sido ainda aliviados impostos, concedidos créditos habitacionais, vantagens académicas e até incentivos financeiros para encorajar as mulheres a terem filhos extra.
O casamento é, no entanto, pré-requisito para se obterem estas vantagens, segundo dá conta o jornal New York Times.
Quem nasça fora do matrimónio, enfrenta uma batalha para conseguir vantagens sociais, como cobertura de seguro médico e escolaridade. As grávidas que estejam solteiras veem frequentemente negada a entrada no serviço público de saúde e seguro que cubra a maternidade.
Além disto, as mulheres solteiras não estão legalmente protegidas se os empregadores as criticarem por estarem grávidas.
Refira-se que estas políticas enquadram-se no contexto de direitos das mulheres atualmente debatidos após o Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América ter revertido a Roe v. Wade, dando assim liberdade aos estados para banirem o aborto e retirando assim a possibilidade de uma interrupção de gravidez segura e legal.
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