Presidente da Generalitat apresenta queixa por espionagem com 'Pegasus'

O presidente regional catalão, Pere Aragonès, apresentou uma queixa esta quarta-feira contra o ex-diretor dos serviços secretos espanhóis Paz Esteban e a empresa israelita NSO que desenvolveu o programa informático Pegasus, utilizado para alegadamente espiar vários políticos de relevo internacional.

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Lusa
07/07/2022 06:42 ‧ 07/07/2022 por Lusa

Mundo

Espanha

A denúncia, apresentada num tribunal de Barcelona e consultada pela AFP, aponta factos de "intrusão não autorizada em equipamentos informáticos", "interceção ilegal de comunicações" e "espionagem informática".

De acordo com a denúncia, o telefone de Aragonès foi espiado em janeiro de 2020, quando era vice-presidente da região, com o atual presidente regional catalão a não descartar ter sido também espiado quando se tornou presidente da região em maio de 2021.

Num relatório publicado em meados de abril, a organização canadiana Citizen Lab alegou ter identificado 60 ativistas do movimento separatista catalão cujos computadores foram alegadamente 'hackeados' entre 2017 e 2020, utilizando o software Pegasus.

O "caso Pegasus" foi revelado por um relatório do grupo Citizen Lab, relacionado com a Universidade de Toronto (Canadá), que indicava que pelo menos 65 ativistas catalães foram espiados entre 2017 e 2020, estando entre os visados o atual presidente regional catalão, Pere Aragonés (que era vice-presidente da região na altura), os antigos presidentes regionais Quim Torra e Artur Mas, assim como deputados europeus, deputados regionais e membros de organizações cívicas pró-independência.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou, em 26 de maio, uma reforma da lei que regula o funcionamento dos serviços de informações, principalmente para "reforçar o controlo judicial", na sequência do escândalo de escutas telefónicas.

No início de maio, o executivo espanhol também apresentou uma queixa no tribunal Audiência Nacional por alegada espionagem dos telemóveis do primeiro-ministro e da ministra da Defesa, apesar dos factos terem ocorrido em 2021.

Os partidos independentistas catalães ameaçaram na altura retirar o seu apoio no parlamento ao governo minoritário de Pedro Sánchez, com o risco de provocar a sua queda antes do final da legislatura, prevista para o fim de 2023.

O caso assumiu uma nova dimensão quando o Governo revelou que Pedro Sánchez e a sua ministra da Defesa, Margarita Robles, tinham sido eles próprios espiados pelo mesmo 'software', desta vez como parte de um "ataque externo" cujo perpetrador permanece desconhecido.

Leia Também: Supremo pede que Biden se pronuncie sobre processo da Meta contra Pegasus

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