"Não acho que haja um primeiro-ministro interino, no sentido de que outra pessoa vá [para o Governo] para ocupar esse cargo", afirmou hoje a antecessora de Boris Johnson, respondendo a uma pergunta sobre se estaria disposta a assumir esse cargo temporário.
A ex-primeira-ministra também deu a sua opinião sobre o que gostaria de ver no próximo líder do Partido Conservador, depois de vários escândalos terem forçado a saída de Boris Johnson após três anos no cargo.
"Gostaria de ver alguém [no cargo] que se queira concentrar em reparar as divisões, que queira unir o país e unir o partido. Isso é muito importante para seguir em frente", defendeu.
May admitiu ainda que "está preocupada" com a situação noutros países, como "a polarização da política nos Estados Unidos, por exemplo", considerando que o Reino Unido deve evitar "seguir esse caminho muito polarizado" na política e na sociedade.
Embora tenha admitido que "a principal tarefa de alguém que seja nomeado primeiro-ministro será lidar com a atual situação de crise devido custo de vida", Theresa May adiantou achar importante "que apareça alguém que esteja disposto a ser honesto com os cidadãos sobre quais são os problemas e quais são as possíveis soluções, e como chegar lá, bem como as dificuldades ao longo do caminho".
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, demitiu-se hoje como líder dos conservadores, mas disse que se manterá na chefia do Governo até ser substituído à frente do partido.
"É claramente a vontade do Partido Conservador que haja um novo líder e, portanto, um novo primeiro-ministro", disse Johnson à porta de Downing Street, a residência e gabinete oficial do chefe do Governo britânico.
"Concordei que o processo de escolha de um novo líder [dos conservadores] deve começar hoje", anunciou, acrescentando que o calendário do processo será decidido na segunda-feira.
A demissão do líder conservador, de 58 anos, ocorreu após a saída de dezenas de membros do seu executivo nas últimas 48 horas.
Johnson disse que continuará à frente do Governo até à eleição de um novo líder dos conservadores, apesar das vozes dentro e fora do partido para que deixe já o executivo.
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