O Yuan Legislativo (parlamento), atualmente controlado pelos dois principais partidos da oposição, o Kuomintang (KMT) e o Partido Popular de Taiwan (TPP), que favorecem o estreitamento dos laços entre Taipé e Pequim, anulou a proposta de reconsideração apresentada pelo Executivo, mantendo assim o orçamento sancionado no final de janeiro.
De acordo com o deputado Wang Ting-yu, do Partido Democrático Progressista (DPP), o orçamento revisto inclui 98,3 mil milhões de dólares taiwaneses (cerca de 2,8 mil milhões de euros) em cortes e congelamentos nos fundos do Ministério da Defesa, o que poderia sugerir que Taiwan "não dá prioridade à sua própria segurança".
Em 27 de fevereiro, o governo solicitou ao parlamento uma nova votação do projeto de lei orçamental, argumentando que os cortes e congelamentos implementados pela oposição tinham deixado as agências governamentais em "grandes dificuldades administrativas".
Neste contexto, o primeiro-ministro taiwanês, Cho Jung-tai, afirmou na terça-feira que o Governo podia pedir uma interpretação constitucional como último recurso para impedir a aplicação destes cortes.
A ratificação deste orçamento é um grande revés para o líder do território, William Lai, que recentemente se comprometeu a aumentar as despesas com a Defesa de Taiwan para mais de 3% do produto interno bruto este ano (atualmente rondam os 2,45%), apesar de esta proposta necessitar de aprovação legislativa.
A crescente polarização da política taiwanesa coincide com o agravamento das tensões entre Taiwan e a China, que considera a ilha autónoma como uma província sua, que deve ser "reunificada", pela força, caso seja necessário.
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