A informação, sem fazer referência aos filhos, foi partilhada na página oficial da Presidência angolana no Facebook.
As relações entre João Lourenço e alguns dos filhos de José Eduardo dos Santos entraram em rutura na sequência dos processos judiciais contra Isabel dos Santos e José Filomeno "Zenu" dos Santos, bem como o afastamento de Tchizé dos Santos, que perdeu o seu mandato de deputada do MPLA em 2019.
Tchizé dos Santos tem publicamente falado sobre as desavenças, sendo Ana Paula dos Santos um dos seus principais alvos, a par de João Lourenço.
Tchizé diz que a antiga primeira-dama, que estava separada de facto do pai, não via José Eduardo dos Santos há vários anos e foi a Barcelona a mando do governo angolano, que pretende tirar dividendos políticos da morte do ex-chefe de Estado.
O governo angolano decretou sete dias de luto nacional e já declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, decisão a que se opõe Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai, e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto Joao Lourenço estiver no poder.
Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.
Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência, em relação a Portugal, em 1975.
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