O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, terá ordenado aos responsáveis militares do país o desenvolvimento de um plano que permitisse a criação de um exército, com a força de “um milhão” de soldados e equipado com armas ocidentais, para reconquistar o território sul do país que foi, desde o início da invasão, tomado pela Rússia.
A informação foi avançada pelo ministro da Defesa do país, Oleksii Reznikov, em entrevista ao The Times. "Entendemos que, politicamente, [o território] é muito necessário para o nosso país. O presidente ordenou a elaboração de planos ao chefe militar supremo. Depois disso, o staff está já a fazer o seu trabalho de casa e a dizer que para atingir este objetivo precisamos de XYZ", apontou a mesma fonte.
Naquela que se tratou da primeira entrevista a um jornal britânico desde o início da invasão, Oleksii Reznikov adiantou que a ordem para uma recuperação das áreas costeiras ocupadas por Moscovo se deve ao facto destas serem vitais para a economia do país.
O ministro da Defesa ucraniano esclareceu ainda que tem vindo a escrever cartas aos seus homólogos dos países parceiros para explicar por que razão o país precisa "deste tipo de armamento" e que só depois serão obtidas as "decisões políticas" associadas a este tema.
Segundo a mesma fonte, o homólogo britânico Ben Wallace terá sido um fator "chave" para ajudar a mudar a abordagem da NATO, o que possibilitou o envio de artilharia, sistemas de lançamento de mísseis teleguiados e drones de alta tecnologia para a Ucrânia.
Oleksii Reznikov disse ainda estar estar satisfeito com o apoio que a Ucrânia tem recebido dos parceiros da Aliança Atlântica - embora tenha destacado que precise de "mais, rapidamente, para salvar as vidas" dos soldados ucranianos.
Desde o início da invasão russa sobre a Ucrânia, as tropas de Moscovo tomaram já várias cidades no país, principalmente no Donbass (no leste) e na costa do Mar Negro - como aconteceu com a cidade portuária de Mariupol.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro e, desde então, tem vindo a designar o conflito de "operação militar especial" para desmilitarizar a Ucrânia e "livrá-la" dos nacionalistas.
Aquele que é visto como o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial já matou mais de quatro mil civis, de acordo com os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), e causou uma enorme destruição em várias partes da Ucrânia. Mais de 5,5 milhões de ucranianos foram, consequentemente, obrigados a abandonar o país.
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