Stefano Patuanelli forneceu a informação mais recente dos institutos de investigação governamentais, que indicam que a Itália perdeu 19% dos seus recursos aquíferos, no período 1991-2020 comparado com o de 1921-1950, e que nas próximas décadas esta perda pode superar os 40%.
"Estamos a testemunhar uma lenta mas permanente redução da disponibilidade de água no nosso país", disse Patuanelli na Câmara dos Deputados.
O governo declarou o estado de emergência em várias regiões do norte, devido a uma seca prolongada e à vaga de calor que a tem acompanhado e secou o Rio Po, uma artéria crucial para a irrigação de uma área no centro-norte italiano que é uma importante produtora de fruta, vegetais e grãos.
A seca seguiu-se a uma escassa precipitação durante o inverno, que privou as montanhas da nesse fresca que normalmente iria alimentar os rios e reservatórios no verão.
Esta combinação de eventos climáticos foi responsabilizada pela série de impactos, em 03 de julho, no glaciar Marmolada que conduziriam a uma avalanche que causou a morte a 11 pessoas, em Trento, no norte.
Patuanelli disse aos deputados que estas secas ocorrem ciclicamente em Itália, mais ou menos de cinco em cinco anos, mas que se prevê que venham a ser mais frequentes "e com consequências mais devastadoras".
Salientou que a bacia do Po é a maior preocupação, "porque a área representa um terço da produção agrícola" italiana.
"Estamos a falar de fruta, vegetais, tomate e cereais, em particular milho e arroz", bem como as quintas da agroindústria onde se produz o queijo Parmesão e presunto.
Apesar de o calor pouco habitual e a falta de chuva serem responsabilizados pela crise atual, a Itália tem uma notória infraestrutura de distribuição da água com um elevado desperdício, com a agência nacional de estatística, ISTAT, a estimar que 42% da água potável se perca nas redes de distribuição todos os anos, devido em grande parte a uma rede velha e com manutenção pobre.
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