CE admite que inflação esteja perto do pico e rejeita "catástrofe" no PIB
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, admite que a inflação esteja perto do pico na União Europeia (UE) e na zona euro, com as economias comunitárias a enfrentarem uma "situação desafiante" que, porém, "não é de catástrofe".
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"Penso que o que é crucial agora é gerir a inflação, que atingirá o pico nestes meses, de acordo com as nossas estimativas. Nestes meses de verão, alcançaremos o pico e a inflação poderá começar a diminuir na última parte deste ano, trazendo-a, no próximo ano, para mais ou menos metade do nível deste ano", afirma Paolo Gentiloni.
Em entrevista à agência Lusa e outros meios europeus, em Bruxelas, no dia em que o executivo comunitário divulga as suas previsões económicas de verão -- com um cenário de abrandamento económico e de alta inflação, embora sem prever recessão --, o responsável europeu pela tutela afirma que a UE e a zona euro estão perto de "vivenciar o pico e, depois, haverá uma diminuição gradual e não repentina".
A economia da zona euro vai abrandar devido aos "efeitos negativos" da guerra da Ucrânia, anunciou, esta quinta-feira, a Comissão Europeia, prevendo agora um crescimento do PIB de 2,6% em 2022 e 1,4% em 2023 para a área da moeda única.
Também nas previsões macroeconómicas de verão, Bruxelas previu esta quinta-feira uma inflação a bater "máximos históricos" este ano, de 7,6% na zona euro e de 8,3% na União Europeia, uma nova revisão em alta, 'puxada' pelos preços da energia e dos alimentos.
"Estamos, de facto, numa situação desafiante, mas não estamos neste momento em recessão e penso que deveríamos repetir sempre isto porque há ainda espaço para catástrofes, já que [...] poderíamos ter mais riscos", afirma Paolo Gentiloni, nesta entrevista à Lusa e outros meios europeus.
De acordo com o comissário europeu, "a situação é desafiante porque o crescimento é mais baixo, muito mais baixo, do que se esperava há seis meses atrás devido à invasão da Ucrânia, e isso desencadeia também outras tendências do quadro económico".
Ainda devido à guerra da Ucrânia, causada pela invasão militar russa em fevereiro passado, a UE teme agora uma rutura total do fornecimento de gás pela Rússia no próximo inverno, com Paolo Gentiloni a avisar que este eventual corte "pode abrandar ainda mais o crescimento e pode trazê-lo em território negativo".
Nas previsões macroeconómicas de verão, hoje divulgadas, o executivo comunitário antevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do euro cresça 2,6% em 2022 e 1,4% em 2023, números que comparam com a anterior projeção de primavera, publicada em maio passado, de 2,7% este ano e de 2,3% no próximo.
Mantida é a previsão de crescimento económico da conjunto da União Europeia (UE) este ano, em 2,7%, mas é revista a subida do PIB para 1,5% em 2023, quando anteriormente se projetava 2,3%.
A Comissão Europeia admite que "muitos dos riscos negativos em torno da previsão de primavera de 2022 se materializaram", principalmente por a invasão russa da Ucrânia ter colocado "pressões ascendentes adicionais sobre os preços da energia e dos produtos alimentares".
No documento, Bruxelas adianta que a inflação homóloga deverá atingir um pico de 8,4% no terceiro trimestre de 2022 na zona euro e, a partir daí, "diminuir regularmente e descer para 3% no último trimestre de 2023, tanto na zona euro como na UE, à medida que as pressões das restrições de abastecimento e os preços das mercadorias se desvanecem".
As previsões surgem numa altura em que os preços na zona euro e na UE batem máximos devido aos constrangimentos das cadeias de abastecimento, recentemente acentuados com as tensões geopolíticas da guerra da Ucrânia.
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