Os dois líderes terão o seu primeiro contacto desde a invasão militar russa do território ucraniano numa conversa telefónica marcada para a próxima segunda-feira.
"Sei como seria a solução para o caso, mas não vou avançar. A solução para o caso (...) Como terminou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? Está lá. Desculpe, a verdade são coisas que machucam, mas é preciso entender", disse Bolsonaro ao canal CNN Brasil.
O Reino Unido detém a soberania sobre as ilhas Malvinas, reivindicadas pela Argentina desde 1833.
Ambos os países entraram em confronto pelo arquipélago em 1982, numa guerra que começou em abril e terminou em junho daquele ano com a vitória das forças britânicas.
Jair Bolsonaro, apoiado pela extrema-direita brasileira e que aspira à reeleição nas presidenciais de outubro próximo, afirmou que foi Volodymyr Zelensky quem procurou uma conversa consigo.
Desde o início da guerra, Bolsonaro evitou condenar os ataques russos na Ucrânia e manteve uma posição "neutra" e "equilibrada" diante do conflito.
Da mesma forma, o Presidente brasileiro tem criticado as sanções económicas que o Ocidente adotou contra o Governo russo liderado pelo Presidente Vladimir Putin, que visitou em fevereiro passado, nas vésperas do início da guerra, e com quem mantém uma relação fluida.
"Vou conversar muito com ele [Zelensky]. Ele é um líder e vou dar minha opinião. Essa guerra causou uma desordem não só no Brasil. No Brasil menos, muito mais na Europa", concluiu Bolsonaro.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de cinco mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,7 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
Também segundo as Nações Unidas, 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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