Um conselheiro da Casa Branca e seu companheiro pediram às Nações Unidas que retirem a COP27 do Egito devido ao tratamento do país às pessoas LGBTI+, alegando que podem ser alvo das forças de segurança.
O casal, Jerome Foster e Elijah Mckenzie-Jackson, escreveu a Patricia Espinosa, secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), para condenar a escolha do país como anfitrião das negociações da COP27 devido à sua "tortura LGBTI+ , massacre de mulheres e supressão de direitos civis", referindo que a decisão "coloca-lhes "a vida em perigo".
Recorda-se que milhares de delegados de países de todo o mundo, incluindo vários chefes de estado, devem deslocar-se à cidade de Sharm el-Sheikh em novembro para a conferência climática COP27 para negociações cruciais relacionadas com a segurança alimentar e o fracasso dos governos em reduzir as emissões do aquecimento global.
Mas os ativistas climáticos expressaram preocupação com a capacidade de manifestantes, grupos de direitos indígenas entre outros grupos estarem presentes no evento tendo em conta as características do Egito enquanto país repressor.
Foster, é um ativista norte-americano de 20 anos que é conselheiro da Casa Branca para questões de justiça ambiental, e revela que teme ser preso por causa da sua sexualidade se fosse ao Egito.
Citado pelo jornal The Guardian revela que "ser gay no Egito é assustador. Não vamos colocar as nossas vidas em risco e não queremos que mais ninguém tenha as suas vidas em risco". "É aterrorizante. A minha família é muito religiosa e foi muito difícil até conversar sobre isto com eles, a ideia de ir para um país com esse tipo de medo extra é traumatizante", sublinha.
Já Mckenzie-Jackson, que é um ativista climático britânico de 18 anos, que disse que a UNFCCC precisa adiar a conferência ou corre o risco de não cumprir os seus próprios valores, que incluem a proibição de qualquer comportamento discriminatório contra pessoas pela sua orientação sexual ou identidade de gênero em qualquer evento realizado pelo órgão.
Também ao jornal Britânico diz: "A ONU está a ser irresponsável, não está a praticar o que diz". "Existem melhores opções de países em África que ainda incluirão vozes africanas. As pessoas não deveriam ser carne para canhão para o movimento climático. A COP27 falhará se estiver no Egito, porque vozes críticas serão deixadas de fora", sublinha ainda.
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