"Agora, à medida que a guerra se arrasta e os preços da energia aumentam, muitas pessoas na Europa e noutros lugares estão a perguntar-se se essas sanções estão a funcionar ou se os efeitos colaterais são muito grandes", escreveu no seu blogue.
Para o chefe da diplomacia europeia, as medidas restritivas que a União Europeia (UE) aprovou desde o início da invasão são "eficazes", porque são "contundentes" e os "seus efeitos na economia russa vão aumentar ainda mais".
Borrell reconheceu ser "necessária paciência estratégica, porque pode levar muito tempo para que elas [sanções] tenham o efeito desejado".
"É o preço a pagar pela defesa das nossas democracias e do direito internacional", disse, assegurando que a UE não quer "entrar em guerra com a Rússia" e que as sanções económicas e o apoio à Ucrânia são prioritários.
O chefe da diplomacia europeia afirmou que o acordo alcançado entre os líderes europeus para deixar de importar o petróleo russo que compram por via marítima no final do ano significa acabar com 90% das compras desse combustível, "privando Moscovo da receita correspondente".
O ex-ministro espanhol admitiu, no entanto, que a Rússia é o segundo maior exportador de petróleo e, como tal, está a exportá-lo para outros mercados, principalmente asiáticos, obtendo assim recursos para financiar a guerra.
A indústria petrolífera russa "vai sofrer", não só pela saída de operadores estrangeiros, mas também pela sua "dificuldade crescente" em aceder a tecnologia sofisticada, como perfuração horizontal, observou.
Borrell indicou que "a capacidade da Rússia para colocar novos poços [de petróleo] em produção será limitada, o que provocará uma quebra na produção".
O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa disse ainda que a Rússia é dependente da Europa em mais de 45% da importação produtos de alta tecnologia, e dos Estados Unidos em 21%, enquanto apenas 11% das compras desses bens são provenientes da China, onde Moscovo procura um aliado.
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