As negociações -- que envolvem Moscovo, Kyiv, Ancara e a ONU - devem ocorrer nos próximos dias, na Turquia, depois do início do processo de análise de uma saída para o problema, que começou em 13 de julho.
"Em primeiro lugar, estamos prontos para continuar o trabalho; em segundo lugar, este tema será discutido ao nível dos presidentes", informou hoje o assessor diplomático do Kremlin, Yuri Uchakov, na véspera de um encontro entre o líder da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Erdogan.
Na sexta-feira, o Ministério da Defesa russo já tinha anunciado que um "documento final" estaria pronto, em breve, para permitir a exportação de cereais a partir da Ucrânia.
De acordo com Uchakov, um centro de coordenação também deverá ser aberto em Istambul, para permitir as exportações através do Mar Negro.
O acordo negociado pela ONU visa trazer pelo Mar Negro cerca de 20 milhões de toneladas de cereais que se encontram bloqueados em silos ucranianos, por causa da ofensiva russa na Ucrânia.
O acordo também deve facilitar as exportações russas de cereais e fertilizantes, afetadas pelas sanções ocidentais que afetam a logística e as cadeias financeiras russas.
Os produtos agrícolas russos e ucranianos são essenciais para evitar que as crises alimentares se multipliquem no mundo.
O ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, confirmou hoje que "foi alcançado um acordo de princípio (...)", com a Ucrânia e com a Rússia, para o estabelecimento de um corredor marítimo seguro que permita o transporte de cereais.
De acordo com uma fonte oficial, uma nova reunião poderá ser realizada "na quarta ou na quinta-feira", após a cimeira de terça-feira no Irão.
Hoje, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou que o regresso das exportações de cereais da Ucrânia é "uma questão de vida ou morte" e expressou esperança de que um acordo seja alcançado esta semana.
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