O festival Tomorrowland, que se realiza em Boom, na Bélgica, abriu portas pela primeira vez depois dos constrangimentos causados pela pandemia de Covid-19. Mas, este que foi o primeiro de três fins de semana do maior festival de música eletrónica do mundo, ficou marcado por uma onda de assaltos.
Pelo menos dez pessoas foram afetadas.
A oportunidade para os festivaleiros mexerem os quadris ao ritmo frenético dos maiores DJs do planeta foi, também, uma oportunidade para um grupo se misturar com a multidão para assaltos minuciosamente planeados.
"Eles agiram de forma muito profissional", comenta uma das festivaleiras à imprensa belga. "Estávamos num dos palcos mais pequenos do Tomorrowland no sábado, e foi aí que uma amiga minha deu por falta do telemóvel. Estava na bolsa dela, trancado, e mesmo assim conseguiram roubar."
"Os ladrões também não agiam sozinhos. Era uma grande quadrilha. E o que chamava a atenção era que todos usavam camisas com um estampado de flores", conta outro jovem. "Quando falamos com a segurança e a polícia, descobrimos que não éramos as únicas vítimas."
O modus operandi dos suspeitos consistia em que um deles se juntasse a um grupo para dançar e distrai-lo. Outro comete o furto e os outros vigiam para assegurar que não são apanhados. Assim que conseguem o que querem, desaparecem.
Depois, trocam de roupa, de modo a não serem apanhados.
Ao jornal Nieuwsblad, a polícia explicou que o fenómeno repete-se "em todos os grandes festivais".
"Não só aqui na Bélgica, mas também no exterior", explicam as autoridades. "São bandos de ladrões bem organizados que vão de festival em festival. O objetivo deles não é dançar ou divertir-se, mas roubar. Eles são treinados para isso e são muito discretos."
De acordo com a organização do festival, a melhor forma de evitar estes assaltos é usar os cacifos, onde podem guardar os telemóveis e objetos de valor. "Dessa forma, estão um passo à frente dos ladrões", diz Debby Wilmsen, porta-voz do Tomorrowland.
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