Se for considerado culpado, Bannon enfrenta uma pena mínima de trinta dias e máxima de um ano de prisão para cada uma das duas acusações, bem como multas entre 100 a 100 mil dólares cada.
A procuradora do Departamento de Justiça, Amanda Vaughn, disse na declaração de abertura que Bannon "impediu o governo de obter a informação importante de que precisava", nomeadamente sobre os eventos em torno do 6 de janeiro de 2021.
"Porque era uma intimação, o congresso tinha direito à informação que requeriu. Não era opcional. Não era um pedido. Não era um convite. Era obrigatório", afirmou Vaughn, citada pela CNN.
Bannon não cooperou, não testemunhou e não forneceu os documentos pedidos pela comissão bipartidária liderada pelo democrata Bennie Thompson e a republicana Liz Cheney, após reiterados esforços até ao prazo final. Vaughn afirmou que o governo não pode funcionar se os cidadãos não seguirem as suas regras.
O interesse da comissão em Steve Bannon deveu-se ao seu trabalho junto de Trump quando este ocupava a Casa Branca, os laços que manteve com o ex-presidente e o que disse no seu podcast, "War Room", no período que antecedeu o ataque ao Capitólio.
Na resposta, o advogado de defesa de Bannon, Evan Corcoran, disse que o arguido está "inocente destas acusações" e que não ignorou a intimação. Alegando que o prazo -- 14 de outubro de 2021 -- não era firme, Corcoran afirmou que não houve crime de desobediência porque estavam em curso negociações entre os representantes legais de Bannon e a comissão.
Bannon alegara que não podia testemunhar nem fornecer documentos porque estava sob a alçada do "privilégio executivo" imposto pelo antigo presidente.
O advogado urgiu ainda os jurados a questionarem se as provas que vão ver são afetadas por questões políticas, que disse serem "o sangue vital da Câmara dos Representantes", que alberga a comissão parlamentar que investiga o assalto ao Capitólio.
Dias antes do início do julgamento, o anterior advogado de Steve Bannon enviou uma carta à comissão indicando que este estava??????? disponível para testemunhar, nove meses após o fim do prazo, porque Donald Trump levantou o privilégio executivo invocado durante este tempo.
A primeira testemunha foi Kristin Amerling, diretora de equipa e advogada da comissão parlamentar, que explicou o interesse no testemunho de Steve Bannon e a urgência temporal da recolha de provas na investigação, numa altura em que disse que "a ameaça às instituições democráticas continua".
O júri é composto por nove homens e cinco mulheres e o julgamento é presidido pelo juiz Carl Nichols.
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