"Ballet dos irresponsáveis contra Draghi pode causar uma tempestade"
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, defendeu hoje que os partidos da coligação de unidade nacional que abandonaram o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, são "irresponsáveis" e arriscam-se a mergulhar o país numa tempestade.
© Alexandros Michailidis/SOOC/Bloomberg via Getty Images
Mundo Itália
"O ballet dos irresponsáveis contra Draghi pode causar uma tempestade perfeita. Agora é o momento de amar Itália: meses difíceis estão pela frente, mas somos um grande país", escreveu o comissário europeu no Twitter, visando o Movimento Cinco Estrelas, o Força Itália e a Liga por rejeitarem apoiar a moção de confiança ao líder do governo transalpino.
Por sua vez, o francês Thierry Breton, atual comissário europeu do Mercado Interno, manifestou na terça-feira a preocupação de que Mario Draghi deixasse o executivo italiano após uma das formações do seu governo, o populista Movimento 5 Estrelas, ter desertado numa votação chave do Senado.
"Esta não é obviamente uma boa notícia. Temos muito respeito pelo notável trabalho do Presidente do Conselho Mario Draghi", afirmou Breton, em declarações prestadas em conferência de imprensa, continuando: "Quanto a todos os nossos países, nas sucessivas crises que estamos a atravessar e a crise energética, em particular, precisamos de continuidade governamental, pelo que esperamos que esta continuidade possa permanecer".
Considerado por muitos como o salvador da zona euro durante a crise financeira de 2012, quando era chefe do Banco Central Europeu, Mário Draghi tinha sido convidado a chefiar o governo italiano em fevereiro de 2021 para tirar o país da crise provocada pela pandemia de covid-19 e da quebra económica que esta provocara.
Draghi convenceu os principais partidos políticos, da esquerda à extrema-direita - excluindo o pós-fascista Fratelli d'Italia - a formar um governo de unidade nacional.
Ato contínuo, negociou com Bruxelas para conceder a Itália uma parte substancial do plano de recuperação europeu, iniciando o pacote de reformas exigido pela Comissão Europeia em troca, e tranquilizou os mercados, que estavam preocupados com a terceira maior economia da zona euro e, simultaneamente, uma das mais endividadas.
No entanto, o líder do governo italiano tem enfrentado os jogos políticos de uma democracia instável, marcada por sucessivos governos de curta duração.
Mario Draghi é também visto como uma garantia de seriedade e estabilidade pelos seus interlocutores europeus e como uma garantia para investidores e credores italianos.
Como consequência da atual crise política, o custo da dívida de Itália voltou a subir esta quarta-feira.
Leia Também: CE admite que inflação esteja perto do pico e rejeita "catástrofe" no PIB
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com