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Turquia nega ataque que matou civis no Iraque. Bagdade convoca embaixador

A Turquia negou hoje qualquer envolvimento no ataque que causou a morte a nove civis, incluindo crianças, no Curdistão iraquiano e que Bagdade atribuiu a Ancara, com o governo iraquiano a ter já convocado o embaixador turco.

Turquia nega ataque que matou civis no Iraque. Bagdade convoca embaixador
Notícias ao Minuto

22:58 - 20/07/22 por Lusa

Mundo Curdistão iraquiano

"A Turquia é contra todos os ataques contra civis. Conduzimos a nossa luta contra o terrorismo de acordo com a lei internacional", realçou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turcos em comunicado.

Sem mencionar diretamente, Ancara aludiu a uma possível responsabilidade dos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), classificado como terrorista por Ancara e os seus aliados ocidentais.

Nove civis, incluindo crianças, morreram e 23 ficaram feridos esta quarta-feira no Curdistão iraquiano, na sequência de fogo de artilharia que Bagdade atribuiu à Turquia, país envolvido numa operação militar contra rebeldes do PKK no norte do Iraque.

"Estes tipos de ataques contra civis inocentes, que se acreditam terem sido cometidos pela organização terrorista, visam a luta determinada e justa do nosso país contra o terrorismo", acrescentou o ministério turco.

Fontes anónimas de segurança, citadas pelo canal privado turco NTV, também atribuíram a responsabilidade pelo ataque ao PKK.

"A Turquia está pronta para tomar todas as medidas necessárias para trazer a verdade à tona", salientou ainda a diplomacia turca, pedindo ao governo iraquiano para não "fazer declarações sob a influência de propaganda terrorista".

O primeiro-ministro iraquiano, Moustafa al-Kazimi, condenou, em comunicado, a "flagrante violação" da soberania do Iraque "cometida por Ancara".

O Presidente iraquiano, Barham Saleh, também condenou o "bombardeamento turco", apontando para "uma violação da soberania do país e uma ameaça à segurança nacional".

Em resposta ao incidente, o Iraque decidiu retirar o seu encarregado pela diplomacia em Ancara, para consultas e convocar o embaixador turco em Bagdade, explicou o governo iraquiano em comunicado.

As decisões foram divulgadas após uma reunião do Conselho Ministerial de Segurança Nacional, presidida pelo chefe de governo Mustafa al-Kazimi.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros foi instruído a "convocar o embaixador turco no Iraque para transmitir" ao diplomata a condenação por parte de Bagdade pelos ataques.

Este conselho exigiu ainda um pedido oficial de desculpas da Turquia "e a retirada das suas Forças Armadas de todo o território iraquiano".

Ancara, que há 25 anos instalou dezenas de bases militares no Curdistão iraquiano, lançou uma nova operação militar em meados de abril contra os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque.

As vítimas encontravam-se num parque de recreação e eram principalmente "turistas árabes iraquianos, principalmente do centro e do sul do Iraque", explicou à agência France-Presse (AFP) o responsável do distrito de Zakho, Mouchir Bachir.

Esta região montanhosa do Curdistão iraquiano, localizada perto da fronteira turca, é muito popular entre os iraquianos do centro e do sul do país que fogem das altas temperaturas do verão.

As operações militares turcas estão a complicar as relações entre o governo central iraquiano e Ancara, um dos principais parceiros comerciais do Iraque.

O embaixador turco em Bagdade tem sido regularmente convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque, embora os protestos iraquianos durem pouco tempo, habitualmente.

Erbil, capital do Curdistão iraquiano, complicou as relações com o PKK, pois a presença dos rebeldes na região dificulta as vitais relações comerciais com a vizinha Turquia.

Em 17 de julho, um drone armado -- turco, de acordo com autoridades iraquianas locais - atacou um carro a oeste de Mosul, uma grande cidade no norte do Iraque, causando a morte ao motorista e quatro passageiros, incluindo uma mulher.

Estes quatro passageiros foram identificados pelos serviços de segurança do Curdistão como combatentes do PKK.

Já um mês antes, quatro "combatentes" do PKK foram mortos no Curdistão iraquiano após um ataque de "drones do Exército turco", segundo as autoridades desta região autónoma.

Leia Também: Nove civis mortos em ataque no Curdistão iraquiano. Bagdade culpa Turquia

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