"Devemos salvar a economia para podermos continuar a salvar o clima", declarou no final de uma reunião em Hamburgo (norte) da direção do bloco CDU-CSU, que, segundo as últimas sondagens, ficaria em primeiro lugar nas eleições, com uma quota de cerca de 30% dos votos.
"A nossa primeira questão é a política económica. Se não sairmos da crise da economia teremos problemas maiores", disse ainda, durante a conferência de imprensa em Hamburgo, quando questionado sobre a importância que o seu partido dá à questão migratória.
Merz explicou que embora o desemprego continue baixo, muitos empregos estão em jogo e a situação na indústria é "muito pior" do que era há 20 anos.
O líder conservador enumerou os pontos-chave do conhecido como Programa 2030, que contém as propostas da União Democrata Cristã (CDU) e do seu partido irmão bávaro, a União Social Cristã (CSU), para relançar a economia.
Assim, defendeu a redução dos impostos sobre as famílias -- que só pagariam a taxa máxima de imposto de 42% se tivessem rendimentos superiores a 80 mil euros anuais -- e sobre as empresas, para as quais os impostos seriam reduzidos progressivamente até atingirem 25% dos lucros.
Além disso, defendeu a desburocratização e a captação de capital privado para investir na infraestrutura do país.
Em termos de política de imigração, Merz afirmou que nos últimos quatro anos, mais de três milhões de estrangeiros entraram na Alemanha como refugiados ou com vistos humanitários, um número que descreveu como "demasiado elevado", embora tenha ignorado o facto de muitos terem entretanto saído do país.
Esta realidade está a causar problemas no mercado imobiliário, nas escolas e nos cuidados de saúde, denunciou, e apelou a um "debate" sobre as possibilidades para reduzir estes números, como a suspensão temporária do direito ao reagrupamento familiar.
Merz também defendeu a necessidade de "reduzir a imigração ilegal a zero".
O líder conservador reiterou que rejeita aliar-se à Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, a segunda força nas sondagens, com entre 20 e 22% dos votos, à frente dos sociais-democratas (SPD) do chanceler Olaf Scholz (15-16), enquanto os Verdes terão 13-14%, nas eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro.
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