A líder do partido governista indiano (Bharatiya Janata Party- BJP) foi escolhida pelo Parlamento indiano e pelas assembleias estatais na votação realizada na passada segunda-feira, tornando-a na primeira presidente da Índia oriunda de uma das tribos do país e também na segunda mulher a ocupar o cargo.
Com 64 anos, Murmu provém do estado oriental de Odisha e pertence a um dos maiores grupos tribais da Índia -- os Santal.
De 2015 a 2021, governou o estado de Jharkhand e foi por duas vezes legisladora do partido do primeiro-ministro indiano Narendra Modi. Antes de entrar na política, Murmu era professora.
Para os apoiantes de Murmu e para o partido BJP de Modi, esta vitória representa um triunfo dos povos tribais e um momento de descoberta para a sua comunidade, que geralmente carece de instalações de cuidados de saúde e educação em aldeias remotas.
Os partidos de oposição, contudo, duvidam que a líder possa contribuir para fortalecer ou mudar a comunidade marginalizada.
Apesar do papel de presidente no Governo indiano ser sobretudo cerimonial, a posição pode ser importante em tempos de incerteza política, como quando o Parlamento é suspenso.
Draupadi Murmu vai substituir Ram Nath Kovind, presidente desde 2017 e líder nacionalista hinduísta da comunidade Dalit, esta que se encontra no extremo mais baixo da hierarquia de castas do hinduísmo.
Murmu ganhou contra o seu adversário, Yashwant Sinha, o antigo rebelde do BJP que abandonou o partido na sequência de divergências com Modi sobre questões económicas em 2018.
Desde então, Sinha tem sido um crítico recorrente de Modi e do seu Governo.
Murmu tomará oficialmente posse na próxima segunda-feira, sendo que o novo vice-presidente do país será ainda votado pelos legisladores indianos em agosto.
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