As cheias provocadas pelas chuvas de monção já fizeram mais de 300 mortos no Paquistão, que está a sofrer com o impacto da precipitação mais forte que o habitual desde o mês de junho.
Segundo o mais recente balanço do governo paquistanês, citado pelo jornal britânico The Guardian, morreram 310 pessoas desde o início da temporada de monções e há centenas de feridos.
Em mais de 14 cidades do país - que fica localizado na 'fronteira' do Médio Oriente, tendo o Irão e o Afeganistão a oeste e a Índia a sudeste - foi emitido um alerta de chuvas de monção extremas.
Só na cidade de Karachi, a maior cidade do país em termos de densidade populacional, com mais de 16 milhões de habitantes, a água chega aos joelhos e obrigou ao encerramento de vários serviços públicos e negócios. A situação em Karachi é crítica, obrigando os moradores em bairros completamente submersos a pedir a ajuda de barcos para sair de casa.
A Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, citada também pelo The Guardian, acrescenta que as inundações afetaram infraestruturas, redes ferroviárias, pontes e um total de 5.600 casas.
A temporada de monções começou em meados de junho, inicialmente causando estragos na província do sudoeste do Baluchistão, onde 63 pessoas já morreram. As chuvas fortes também atingiram Islamabad e a província oriental do Punjab.
Especialistas dizem que as alterações climáticas são as responsáveis pelos níveis de precipitação registados no país, mais fortes em 87% do que se esperava.
Todos os anos, muitas cidades do Paquistão enfrentam intensas chuvas e danos significativos, cenário que desencadeia fortes críticas ao Governo, acusado frequentemente de mau planeamento.
A temporada das monções vai normalmente de julho a setembro e especialistas dizem que as chuvas são essenciais para irrigar plantações e reabastecer represas e outros reservatórios de água no Paquistão.
No entanto, partes do sul do Paquistão enfrentam uma seca desde o início deste ano.
Durante a época das monções no sul da Ásia, os deslizamentos de terra e as inundações são comuns, registando-se não só diversas mortes, como danos materiais significativos.
As piores inundações na história do Paquistão ocorreram em 2010, depois de uma monção, associada a um descongelamento particularmente pesado no verão, ter resultado em cerca de dois mil mortos e mais de 20 milhões de pessoas afetadas.
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