"Foram detetados alguns indícios de Ilícitos criminais e, por isso, os relatórios foram submetidos ao Gabinete de Combate à Corrupção", explicou o porta-voz da Inspeção Geral da Administração Pública, Sérgio Goque, citado hoje pela Rádio Moçambique.
Em causa está o polémico caso de erros, considerados graves, constatados no livro da 6.ª classe do ensino primário, um episódio que mereceu uma análise de uma comissão de inquérito que concluiu que houve negligência e falta de profissionalismo na produção dos manuais, responsabilizando departamentos do Ministério da Educação e a Porto Editora.
No total, segundo a Inspeção Geral da Administração Pública, 12 relatórios de investigações realizadas pela instituição foram submetidos ao Gabinete Central do Combate à Corrupção, que está atualmente a examinar todos os procedimentos seguidos na produção do livro, nomeadamente a contratação, aquisição, importação, revisão e distribuição do manual.
Entre os vários erros detetados no livro, que foi retirado das escolas após a descoberta das gralhas, está a localização geográfica de Moçambique, que no livro é situado na África Oriental e não consta como país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), entidade em cuja fundação participou.
Uma outra anomalia considerada grave é a localização de antigas fronteiras do Zimbabué, país que faz fronteira com Moçambique, mas que o livro indica ser banhado pelo Mar Vermelho.
Os equívocos incluem ainda a ilustração de uma foto do parlamento angolano como sendo de Moçambique.
A comissão de inquérito do Ministério da Educação criada para avaliar o caso apontou a negligência por parte da Porto Editora como uma das causas dos erros classificados como graves nos livros escolares, responsabilizando também departamentos do setor, nomeadamente o Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação e a Direção Nacional do Ensino Primário, que tiveram os seus responsáveis demitidos.
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