O político russo Vadim Viktorovich Bakatin, conhecido por ter sido o último dirigente do serviço secreto soviético KGB, morreu esta segunda-feira aos 84 anos, avança a agência estatal russa RIA, citada pela Reuters e pelo órgão independente russo Medusa.
Segundo as agências internacionais, não são conhecidas as causas da morte do antigo dirigente soviético.
Vadim Bakatin teve um papel importante na União Soviética (URSS), antes da queda do regime em 1991. Em agosto desse ano, depois de um golpe de estado falhado contra o então secretário-geral Mikhail Gorbachev, Bakatin - que antes tinha ocupado o cargo de ministro do Interior - foi o escolhido para líder a polícia secreta.
De recordar que, ao longo da Guerra Fria, os espiões do KGB desempenharam um papel importante nas tensões diplomáticas entre a União Soviética e o Ocidente, além de monitorizar e oprimir qualquer dissidência no interior do regime.
À semelhança do último secretário-geral da URSS, Bakatin foi visto como um político liberal, abrindo o KGB ao Ocidente e propondo mesmo a entrega de documentos sobre o assassinato do presidente norte-americano John F. Kennedy aos homólogos dos Estados Unidos.
O líder teve pouco tempo para abrir o KGB ao mundo, já que a URSS acabaria por colapsar em dezembro de 1991 e as várias repúblicas declararam a sua independência.
Ainda assim, e antes de desempenhar cargos nos serviços de inteligência russos, Bakatin entregou aos Estados Unidos vários dispositivos de gravação e monitorização de chamadas, usados pelo KGB para espiar os norte-americanos na sua embaixada em Moscovo.
As relações entre Bakatin e o regime sombrio da União Soviética não terminam aqui, já que, numa entrevista com um dissidente pouco depois do regime cair, o antigo diretor do KGB contou que descobriu que o próprio avô foi executado sob as ordens de Estaline, em 1937, considerado pelo ditador soviético como um denunciante.
Nas primeiras eleições presidenciais da história da Rússia, em junho de 1991, Bakatin foi um dos candidatos no boletim, mas acabou por ficar em último lugar, assistindo à ascensão de Boris Yeltsin como o primeiro dirigente democrático russo.
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