A medida, que abrangerá também espaços culturais, entre outros, entra em vigor dentro de uma semana e prevê também que se desligue a iluminação de montras, monumentos e outros edifícios a partir das 22h00, assim como as luzes dentro de edifícios públicos quando estão desocupados, segundo explicou a ministra com a pasta da energia no governo espanhol, Teresa Ribera.
Os espaços com ar condicionado e/ou sistemas de aquecimento abrangidos por estas medidas devem manter fechadas as portas que dão para a rua e colocar termómetros que atestem a temperatura a que está o interior.
O governo espanhol vai também aumentar o teletrabalho na administração pública e a ministra apelou a que as "grandes empresas" façam o mesmo, para haver menos deslocações e menos custos com a climatização de edifícios e com outros consumos de energia.
A ministra falava numa conferência de imprensa em Madrid, no final de um Conselho de Ministros extraordinário que aprovou, nas palavras de Teresa Ribera, um "pacote de medidas urgentes de poupança e eficiência" energética, atendendo "à situação crítica" que vive a Europa por causa da ameaça russa de corte de fornecimento de gás.
Estas medidas vão estar em vigor até novembro de 2023 e "são um primeiro pacote", que integrará um plano mais completo de redução e eficiência do consumo de energia que o governo espanhol pretende aprovar depois do verão, acrescentou Teresa Ribera.
A ministra lembrou o acordo dos líderes da União Europeia da semana passada para haver um corte de gastos de energia durante o inverno e sublinhou que está em causa também a necessidade de mudanças no consumo por causa das alterações climáticas.
Teresa Ribera disse que as estimativas sugerem que reduzindo um grau centígrado na climatização de edifícios há uma poupança de 7% no consumo de energia e que estas medidas são também positivas para a poupança nas contas da eletricidade e gás das empresas e administrações públicas, num contexto de subida da inflação em níveis que não se registavam há décadas.
Por outro lado, o governo liderado por Pedro Sánchez aprovou hoje o regulamento para tornar gratuitos os comboios suburbanos para quem tem passe mensal, entre 01 de setembro e 31 de dezembro deste ano, uma medida que o primeiro-ministro havia já anunciado.
O objetivo é fomentar a utilização do transporte público e assim diminuir também o consumo de combustíveis, segundo o Executivo espanhol, uma coligação do partido socialista (PSOE) com a plataforma de esquerda Unidas Podemos.
É, além disso, uma medida que se insere num pacote de ajudas sociais para tentar paliar o efeito da inflação nos rendimentos da classe média espanhola e grupos mais desfavorecidos da população.
O custo desta medida está estimado em 200 milhões de euros.
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